quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Deu zebra

Fonte: Blog Cacau Menezes


Em decisão publicada ontem o Tribunal de Contas do Estado (TCE) considerou irregular a distribuição de lucros promovida pela Casan em 2008 e 2009. Ao todo, a empresa repassou a diretores e conselheiros R$ 1,57 milhão (R$ 953 mil em 2008 e R$ 618 mil em 2009) a título de "compensação" pelo bom resultado econômico da Companhia. Para o TCE, a medida contrariou "os princípios da legalidade da moralidade, além do princípio da soberania do interesse público sobre o privado".

O TCE, que quer a devolução dos recursos aos cofres públicos, considerou, ainda, as despesas "desprovidas de caráter público e realizadas em descompasso com finalidades estatutárias e institucionais da empresa, caracterizando ato de mera liberalidade". O relatório, assinado pelo conselheiroWilson Wan-Dall, foi encaminhado para o Ministério Público do Estado.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carta enviada ao Diário Catarinense

Ao editor,

Provavelmente parte do que escrevo abaixo será "cortado" devido a economia de espaço, mas o que transmito não é só o meu pensamento, mas sim o pensamento da maioria dos habitantes desta ilha, aonde sòmente cerca de 30% do esgoto é tratada antes de ser "deitada" ao mar.

Dr. Fernando Bihari
Canasvieiras - Florianopolis (SC)

Lamento
É uma vergonha monstruosa fatos que vem acontecendo na bela e aprazivel cidade de Florianopolis, centro turístico de soberba importância não só ao estado de Santa Catarina mas e até principalmente ao Brasil.
A começar pela bela e maravilhosa orla marinha que circunda a ilha de Santa Catarina, aonde encontramos recantos de beleza até estonteantes amealhadas de pontos nos quais o prazer de se quedar por longos momentos de paz e tranquilidade, ao sabor do doce barulho do mar e da brisa que dele vem bafejando o corpo e a alma. Porém basta um só dia de chuva, alguns minutos ou horas de chuva, para que tudo se torne em uma pocilga indescritivel eivando a todos de bactérias e virus que transformam consultórios médicos e hospitais em abrigos de seres diarréicos, desidratados e que a cada respirada um vomito se segue, tudo por que após séculos de colonização e de crescimento populacional as tais autoridades “constituídas” em seus discursos imemoravéis cheios de promessas e de falsas realizações até o dia de hoje, em pleno século XXI, não aproveitaram os rios de dinheiros arrecadados através de impostos e taxas acharcantes um sistema de esgoto digno do nome. Porém não só deles cabe a culpa deste descalabro ambiental, cabe a uma grande parcela da população que também deveria gritar o “mea culpa” por deitarem nos rios e sistemas pluviais clandestinas bocas de esgoto e toneladas de lixo, além, lògico, por desinformação, ignorância ou irresponsabilidade continuarem votando em políticos inescrupulosos, corruptos, desonestos, canhestros, falcatrueiros e deslavadamente sujos cujo o único interesse e se manterem em seus cargos ou funções, completamente inoperantes e jactosos de feitos irrealizados ou simplesmentes menores face aos problemas que afligem a todos que nesta ilha habitam.
O mesmo teor de críticas podemos lançar quanto ao sistema de saúde pública, começando pelo serviço de urgência, a falta de verdadeiros hospitais de emergência, vulgo pronto-socorros, equipados para tôdas as possivéis emergências, desde salas de cirurgia para especialidades como cirurgia geral pediátricas ou não, obstetrícia, neurocirurgia e ortopedia, principais áreas em casos de urgência devido a acidentes e entidades médicas diversas, e lògicamente Centro de Terapia Intensiva. Qualquer acidente ou incidente, seja em via pública ou doméstica, espera-se por minutos e até horas infindavéis para o surgimento de uma ambulância ou para a remoção aérea. Não basta ter sòmente um hospital geral no centro da cidade (Hospital Celso Ramos) são necessários, pelo menos mais dois, um no norte da ilha e outro no sul da ilha, todos com equipes em 24 horas de plantão, com equipes médicas com pelo menos 15 médicos de diversas especialidades, mais internos e residentes fora as demais especialidades profissionais necessárias para o funcionamento pleno e eficiente de um hospital de emergência.
Não me venham com desculpas de faltas de verbas, pois elas existem, tanto existem que a turma do executivo e do legislativo votam fàcilmente para aumento de seus "vencimentos" fora todos os benefícios e as diversas "comissões" recebidas em licitações programadas e direcionadas conforme interesses proprios.
Mas qual o que... para os diversos administradores que por aqui passaram e passam, em discursos tudo estava lá e por incrivel que pareça proclamam até já existirem tôdas estas condições acima descritas, mas na prática e na realidade nada disto se vê...
Lamento e espero que tais fatos sejam urgentemente solucionados pois o grande afluxo de turistas um dia irá acabar e uma vergonhosa faixa poderá ser até estendida no aeroporto (outro ponto falho) ou na rodoviária (também) com os seguintes dizeres: ILHA FECHADA A ACESSO DE SERES HUMANOS DEVIDO À INSULABRIDADE – RISCO DE VIDA.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Praia de Canasvieiras está imprópria para banho em toda sua extensão

Praia de Canasvieiras está imprópria para banho em toda sua extensão

Um ponto da praia também está impróprio para banho em Jurerê Tradicional 

Segundo o gerente de pesquisa e análise ambiental da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) as análises da água das praias feitas para o relatório de balneabilidade desta semana indicam que toda a praia de Canasvieiras está imprópria para banho. Um ponto na praia de Jurerê tradicional, em frente à rua Luis Rampa também está impróprio para banho.

Segundo o gerente da Fatma, os 50 milímetros de chuva que caíram no final de semana fizeram com que ocorresse o transbordamento de esgoto do lençol freático para a praia. O relatório completo desta semana será divulgado à tarde.

Fonte: Clicrbs

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Etiqueta que se leva à praia

Na edição do D.C. pág. 28 do dia 12/02/2012 saiu uma matéria muito legal de como devemos nos comportar na praia, um dos lugares mais democráticos que frequentamos.

A consultora de eventos e etiqueta Mari Ferraz se dirigiu ao norte da Ilha para dar dicas de com o agir à beira-mar e assim garantir um bom convívio com os outros.
Algumas normas são novas por conta das mudanças que a tecnologia e a preocupação com o meio ambiente trouxeram para a vida das pessoas.

CIGARRO: Se antes era comum os fumantes acenderem cigarros no meio da muvuca, hoje a maioria fica em algum canto para dar suas tragadas.
Apesar de nenhuma lei restringir o fumo na praia, como ocorre em outros espaços públicos, existe preocupação em não expor os outros à fumaça.
O ideal é ir para longe da multidão e levar um saquinho ou cinzeiro de praia para não jogar o filtro na areia (isso é importante). 

CRIANÇAS: Os pais devem cuidar para que os filhos não incomodem as outras pessoas na praia. Crianças têm que brincar, mas no seu espaço, perto dos pais.

LIXO: Não deixar lixo na praia também é algo que está mais incorporado no consciente coletivo hoje .
- A questão do lixo melhorou muito e o cuidado está tão em alta que se alguém deixa na praia, os próprios banhistas fazem cara feia ou chamam a atenção. Mesmo se a pessoa não está preocupada com o meio ambiente, fica sem graça e acaba levando, explica a consultora.
O correto é levar saquinhos e colocar nas lixeirinhas da orla.

FALTA DE PUDOR: Para Mari, o que piorou foi a falta de pudor. Ela lembra que hà vinte anos não era comum ver namorados se beijando “fogosamente”. E observa que a praia é um espaço onde normalmente têm muitas crianças, que têm o direito de não ficarem expostas. Também ficou comum ver mulheres se depilando com pinça ou pessoas espremendo cravos. Tudo isso se faz apenas em espaços reservados. Outra regra: palavrão nunca é bem vindo.

BARULHO: A grande mudança tem a ver com o barulho e a tecnologia. Não é mais comum se ver carros com as caixas de som ligadas. Mas, o celular e as caixinhas de som portáteis – que recebem pen drive – são os dispositivos que hoje mais incomodam os vizinhos de areia. O certo é usar fones de ouvido. A pessoa também deve ser comedida ao falar ao telefone.

JOGOS: Praticar esporte na praia é divertido, mas não deve atrapalhar os outros banhistas. No caso de frescobol, o ideal é jogar na beira do mar e manter uma distância para não acertar quem está instalado na areia. Também é preciso deixar um espaço para a passagem das pessoas que caminham. Algumas praias têm horários fixos, como início e final da tarde para o exercício. No futebol, também é preciso ter o mesmo cuidado.

ANIMAIS NA PRAIA: Lugar de bicho de estimação não é na praia. Mesmo com as Leis Municipais proibindo a permanência de animais nos balneários, têm banhistas que insistem em levar seus cães. Um dos balneários com mais cachorros é Canasvieiras, onde se flagra os donos levando seus amiguinhos de estimação para tomar banho de mar ou caminhar. Eles transmitem doenças, como bactérias e sarna. 

ROUPAS ADEQUADAS: Mari lembra que o biquini, maiô e sunga combinam com a praia. Se a mulher for caminhar na praia, antes de retornar para a rua, deve colocar uma canga, um vestido ou um shorts. Os homens também devem colocar uma bermuda. Para entrar em um restaurante, uma regata. Até porque não é adequado estar sem camiseta em um lugar com alimentos.

NA ÁGUA: Dentro do mar valem as mesmas regras da areia. É preciso ter cuidado com as pessoas ao redor e brincar somente com quem você conhece bem.
- Às vezes, a pessoa próxima de você pode não querer molhar o cabelo, por exemplo – alerta a consultora.

AREIA: Ninguém gosta de estar sossegado numa cadeira de praia e receber areia no rosto. Por isso, as pessoas têm que saber sacudir suas cangas ou toalhas. É importante observar o lado que o vento sopra e não fazer movimentos amplos. O mesmo vale quando se está caminhando entre os vizinhos, ser sutil ao andar, principalmente se estiver de chinelos, que costumam levantar areia.

De todos estes itens, para nós do SOS CANASVIEIRAS, a questão do lixo, dos animais na praia, dos cigarros enterrados na areia ou jogados no mar, são os que mais preocupam e necessitam urgentemente de uma mudança de postura e conscientização por parte da população que frequenta a praia.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Caos na Central de Transferência de Resíduos Sólidos da COMCAP na Ilha de Florianópolis

A cidade de Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina e uma das três ilhas-capitais do Brasil. A maior faixa de terra de Florianópolis (97,23%) está situada na ilha, que é banhada pelo Oceano Atlântico.

Florianópolis é conhecida pelos nomes de Ilha de Santa Catarina, Ilha da Magia, Ilha de Florianópolis e Floripa. Como toda a cidade do Planeta Terra, Florianópolis também produz lixo.

É uma cidade turística. Na alta temporada, Florianópolis produz perto de 14.500 toneladas de lixo por mês, metade do que produz de resíduos a cidade gaúcha de Porto Alegre (algo perto de 28.000 toneladas/mês com cerca de uma população próxima a 1.500.000 habitantes).

Já na baixa temporada, Florianópolis chega a gerar 11.500 toneladas de resíduos sólidos urbanos a cada 30 dias.

Certamente as três capitais brasileiras, Florianópolis, Vitória e São Luís, possuem o compromisso em suas gestões de resíduos, de planejar a transferência do lixo da ilha ao continente.

Em Florianópolis, o órgão municipal responsável pela gestão de resíduos e limpeza urbana é a Companhia Melhoramentos da Capital, conhecida pela sigla COMCAP.
A COMCAP opera a maioria dos serviços de limpeza urbana. Entre esses serviços públicos estão a coleta de lixo, a varrição, a capina, a limpeza das praias, entre outros.

Apenas dois serviços que envolvem o lixo não são realizados pela COMCAP: o transporte dos resíduos sólidos urbanos da ilha ao aterro sanitário e a destinação final.

Esses serviços públicos (transporte e destinação final do lixo) são hoje de responsabilidade da empresa PROACTIVA, que diariamente transporta os resíduos sólidos urbanos de Florianópolis, por 40 km, até chegar ao seu aterro sanitário, localizado no município catarinense de Biguaçu.

O empreendimento da PROACTIVA está a 285 metros da BR 101 – sentido Capital-Curitiba, a sua margem esquerda, e a 485 metros do rio Inferninho, caudal de água que percorre 6.409 metros, desaguando no Oceano Atlântico, no mar da Enseada dos Ganchos, no município de Governador Celso Ramos (SC).

No último dia 3 de fevereiro desse ano, o administrador Enio Noronha Raffin, editor do site Máfia do Lixo (www.mafiadolixo.com), fez um sobrevoo de helicóptero, a partir do Balneário de Camboriú (distante 78 km da capital) até Florianópolis, passado por Governador Celso Ramos (43 km) e Biguaçu (18 km), onde coletou nesse trajeto mais de 600 fotos (digitais de alta resolução) de empreendimentos públicos e privados, os quais envolvem o meio ambiente e a limpeza urbana catarinense.
Quem sobrevoa a Ilha de Florianópolis fica encantando com o paraíso. Lá de cima se vê o mar azul e a beleza da natureza.


Mas quem conhece um pouco sobre resíduos urbanos, também vê lá de cima o caos no lixo na Central de Transferência de Resíduos Sólidos (CTRS) da COMCAP, da Prefeitura de Florianópolis.


Pasmem leitores, a CTRS da COMCAP, instalada na Rodovia Admar Gonzaga número 404, no bairro Itacorubi, em Florianópolis, recebe diariamente todo o lixo produzido na ilha e no continente da Capital catarinense, e também a totalidade dos resíduos sólidos urbanos da cidade contígua de São José, município esse que fica na região continental metropolitana.

Então pode o leitor concluir que a cidade de São José está bem próxima do município de Florianópolis. O atual prefeito de São José, Djalma Vando Berger (PSB), vem a ser irmão do prefeito de Florianópolis, Dario Elias Berger (PMDB).

O leitor pode ingressar no Google Earth nas coordenadas 27º34´43.26”S e 48º30´46.35”O e ver a foto do satélite que foi coletada no início do mês de agosto de 2009. A imagem mostra naquela data a Central de Transferência de Resíduos Sólidos da Prefeitura de Florianópolis.

O empreendimento municipal de responsabilidade da COMCAP possui de frente 189,51m e, de frente ao fundo 281,63m, totalizando 53.371 m² aproximadamente.

Uma das mais impressionantes fotos digitais coletadas, em 03 de fevereiro de 2012, mostra a Central de Transferência de Resíduos Sólidos da COMCAP, instalada em área lindeira ao mangue da ilha, certamente em local de preservação ambiental.

Naquela sexta-feira, dia 3 de fevereiro, lá do alto, se viu toneladas de lixo solto (a céu aberto) espalhadas na Central de Transferência de Resíduos Sólidos da COMCAP.

Esse empreendimento municipal não possui qualquer possibilidade de que veículos que lá ingressem sofram, na sua saída, a desinfecção nos rodados.

Pneus de caminhões coletores e carretas que circulam em cima do lixo e do chorume que escorre na área, os quais acabam trafegando pela Beira-Mar de Florianópolis.

É preciso se ter conhecimento, como a COMCAP armazena o chorume produzido na Central de Transferência de Resíduos Sólidos, no bairro Itacorubi, e qual o destino dado a esse liquido poluente que é depositado naquele local.

De uma área vizinha, no bairro Itacorubi, pode-se concluir, que a partir do 6º. andar dos quatro prédios do SUN VILLAGE, construídos pela empresa COTA Empreendimentos, se visualiza a montanha de lixo solto que se espalha pela Central de Transferência de Resíduos Sólidos. Inacreditável.

Basta os turistas caminharem pelas imediações, nas proximidades do empreendimento da COMCAP, e vão sentir o cheiro nauseabundo que exala da área.

É de se perguntar, se ninguém viu o lixo solto que está espalhado pelos 53 mil metros quadrados do empreendimento da Prefeitura de Florianópolis?

E considerar ainda que é “lixo seletivo” que está solto na área da CTRS, se tem a conclusão que a triagem não está atendendo os objetivos propostos para a Coleta Seletiva de Florianópolis. Tem muito lixo seletivo misturado ao resíduo domiciliar.

Nessa área do Centro de Transferência de Resíduos Sólidos, funciona uma Estação de Transbordo, um Centro de Triagem, e o Museu do Lixo da Prefeitura de Floranópolis.

A população da capital catarinense deve se interrogar sobre a operação de ingresso de lixo na ilha, diariamente, a partir das trafegabilidades de dezenas de caminhões coletores de lixo, vindos da cidade de São José.

Pergunta para o leitor: essa permissão de ingresso do lixo de São José na ilha de Florianópolis, com o seu posterior descarregamento na Estação de Transbordo dentro da Central de Transferência de Resíduos Sólidos, foi discutida com a Câmara Municipal da capital catarinense, e votada legalmente para que isso acontecesse?

Cabe ainda considerar, que a gestão de resíduos tem de conhecer a influência na trafegabilidade diária de dezenas de caminhões de lixo de São José, que estão presentes no trânsito de Florianópolis, o qual hoje se encontra em determinados horários, e principalmente os de pico, congestionados.

Some a isso tudo, as dezenas de caminhões coletores de lixo da COMCAP, os quais também estão trafegando diariamente no trânsito de Florianópolis. Um “vai e vém” de caminhões coletores carregados com até 7 toneladas de lixo. Perigo para qualquer um transeunte nas artérias da capital.

O leitor vai ficar ainda surpreso, não só com a intensa trafegabilidade desses caminhões coletores de lixo de Florianópolis e de São José dentro da ilha, mas com os deslocamentos dos caminhões carretas (capacidade de 50m³) da empresa PROACTIVA, que circulam “noite e dia” pelo trânsito da capital, num também “vai e vém” contínuo, para levar o lixo até o aterro sanitário (destino final) em Biguaçu.

É inconcebível que tenhamos que conviver com monumental agressão ao meio ambiente de Florianópolis. Uma cidade exuberante e ao mesmo tempo frágil.

O assunto acima é gravíssimo. O mesmo merece a formação de uma “Força Tarefa”, integrada por promotores do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de avaliar a gestão do lixo de Florianópolis e São José, a partir das agressões ao meio ambiente na central de transferência de resíduos no bairro de Itacorubi, passando pelos custos envolvidos na operação de transporte de milhares de toneladas de resíduos sólidos da CTRS até Biguaçu, entre outros itens a considerar, como o Trânsito da Ilha da Magia e a Saúde do Manezinho e moradores do continente.

Fonte: Máfia do Lixo

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

'A função do manguezal não pode ser traduzida em dinheiro'

'A função do manguezal não pode ser traduzida em dinheiro'
Para a doutora em Ciências e Zoologia, Yara Schaeffer Novelli, a emenda que permite o uso de apicuns nada mais é do que uma reforma agrária às avessas

04 de fevereiro de 2012 | 17h 00

Graduada em Historia Natural pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), mestre em Oceanografia Biológica pela Universidade de São Paulo, doutora em Ciências e Zoologia pela Universidade de São Paulo e livre-docente em Oceanografia Biológica também pela USP. Atua principalmente nos temas: manguezal, impacto ambiental e ecologia de ecossistemas costeiros tropicais.

1 - Você estudou os manguezais a vida inteira. O que pensa da emenda que permite o uso de apicuns e consta da proposta de Código Florestal que será votada na Câmara?

Penso que ninguém está agindo como se estivesse lidando com a evolução de um diploma legal, mas querendo legalizar atividades ilegais, tentando "arrumar a casa" para não penalizar os que estão ao arrepio da lei. É uma reforma agrária às avessas: pega-se um patrimônio nacional, como é a zona costeira - um ecossistema costeiro como o manguezal é considerado Área de Preservação Permanente (APP) - e se toma por um patrimônio do governo. Patrimônio nacional não é patrimônio do governo. É como mudar o Código Penal e deixar de considerar o assassinato de um semelhante como crime para salvaguardar quem matou pessoas.

2 - Qual o cenário que se desenha caso o projeto de lei seja aprovado na Câmara como está?

O manguezal é parte da dinâmica costeira. O que vem acontecendo na zona costeira dos países tropicais, principalmente, é um movimento de ocupações desordenadas, em que vale a máxima "quem pode mais, chora menos". Com o advento da carcinicultura, aparece a ideia de aproveitar rapidamente o filão. Que filão é esse? Ora, os manguezais onde se cria o camarão são patrimônio nacional, 'não tem dono', na visão dos empreendedores. Então, esses terrenos, que são de todos nós, estão sendo privatizados, e o que é pior: há lá uma população vivendo daqueles ecossistemas há séculos, que está sendo jogada na rua. Ou está virando boia-fria para despesca nos criadouros de camarão.

3 - Qual é o grande problema da carcinicultura?

Não é um, são vários. Quando se passa a explorar um único recurso do manguezal, isso significa eliminar um sem-número de usos, de bens e de serviços que são prestados gratuitamente para uma diversidade de outros brasileiros que só têm esse ambiente para viver. Usam-se produtos químicos como o metabissulfito, que chega a provocar intoxicação e doenças pulmonares nos trabalhadores. A espécie cultivada não é nativa, é uma exótica. E, o mais interessante, desde 1990, o IDH dos municípios costeiros do Nordeste onde houve um crescimento grande da carcinicultura não mudou. O recurso não fica no município. Temos provas técnicas irrefutáveis de que é um péssimo negócio - a não ser para aqueles que ocuparam um patrimônio público.

4 - Qual é a longevidade do uso desses terrenos para a criação de camarão?

Pequena, cerca dez anos no máximo. Depois disso, passam para outros, porque não vale a pena ficar corrigindo problemas de acidez, gastar dinheiro com isso. E o terreno está ali mesmo... Agora, é possível criar camarões em terrenos menos preciosos. O mangue é precioso, é como o nosso pantanal. Perdeu, está perdido. A função do manguezal não pode ser traduzida em dinheiro. Se perdermos os manguezais, os sedimentos que vêm da terra vão escurecer as areias brancas que o turista tanto gosta e vão matar os recifes de coral do nordeste.


Fonte: Estadão

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Convite

A região norte da ilha carece de espaços culturais: parques de recreação principalmente para nossas crianças, jardins, praças esportivas, de lazer e eventos, e tantos outros equipamentos. Enfim, de uma agenda cultural que valorize a cultura local.
No próximo sábado, dia 4 de fevereiro vamos colocar o boi-de-mamão na rua.
A partir das 20h o elenco encontra-se no Carijó preparando-se para saída à rua por volta das 21h.
Fica o convite para a integração e participação no cortejo.

José Luiz Sardá