segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jabuti do FGTS

Senhores senadores catarinenses,

Na semana passada os vossos eleitores de Canasvieiras – Florianópolis, pagaram para ter essa água barrenta do copinho ao lado e se arriscavam entre sacos de areia, por eles colocados, para chegar à praia pelo acesso destruído nas chuvas de janeiro, embora estejam com o IPTU em dia. Se não caírem no valão, ao chegar à praia vão brincar de pular dejetos in natura, pois o saneamento básico não funciona.

Poderão ficar bravos, xingar o prefeito, a presidentA, os senhores ou chorar junto aos moradores do Vale do Itajaí que perderam suas casas na enchente de 2009 e até agora aguardam um teto. Poderão também esbravejar junto com milhões de brasileiros que não têm privadas ou tubos que levem os seus dejetos para uma estação de tratamento. Tudo isso que o seu dinheiro depositado no FGTS poderia prover. Mas não.

Os senhores num rasgo de bom senso resolveram aprovar no dia de ontem a emenda provisória jabuti 540 que mistura interesses de toda ordem e libera a utilização dos dinheiros dos trabalhadores, retidos no FGTS, para a infraestrutura da Copa e Olimpíadas.

Muito bem, não temos saneamento, pagamos por essa porcaria de água e nadamos entre cagalhões, mas teremos aeroportos mirabolantes e viadutos ligando nada com coisa alguma que os trabalhadores possam usufruir.

Os senhores são uma figura!

Abraços,

Maltez

http://indignadissimo.blogspot.com/

domingo, 27 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Expedição SOS PAPAQUARA

Ana Echevenguá

No dia 19 de novembro de 2011, o SOS CANASVIEIRAS, juntamente com as associações de pescadores locais, realizou uma expedição no rio Papaquaras, Florianópolis-SC. Foi batizada carinhosamente de SOS PAPAQUARA. Uma proposta de José Luiz Sardá que, de imediato, foi aceita pelo grupo. Os rios do norte da Ilha da Magia carecem de especial atenção. Estão poluídos, fétidos, sem qualquer proteção... recebem toda espécie de dejetos; como se suas águas não fossem vitais.

Sardá também providenciou o empréstimo das embarcações. Os jornalistas da RIC Record nos acompanharam e, no mesmo dia, levaram ao ar as imagens e depoimentos dos participantes. O jornal A Notícia do Dia também publicou material referente ao evento. Agostinho Nicolini, do jornal Floripa Norte da Ilha, também nos acompanhou e falará a respeito na próxima edição.

Alguns órgãos oficiais foram convidados; mas ninguém apareceu.

O dia ensolarado – que nos surpreendeu com algumas pancadas de chuva - permitiu capturar imagens de um rio que sobrevive de teimoso. Vimos construções e restos de material de construção destruindo suas margens, canos derramando esgoto em suas águas mansas e escuras, garrafas de bebida, cadeiras, botas, isopor boiando em seu leito... o forte de cheiro de esgoto, em alguns trechos, era insuportável.

Os pescadores – que cresceram em contato direto com rio - lembraram que, antigamente:

- pescavam robalos de até 8 quilos por ali. (Hoje, só pesca ali quem não sabe que as águas estão poluídas. E os poucos robalos que sobrevivem pesam, em média, 2 quilos);

- pegavam siri da casca azul em abundância. (Hoje, esse bichinho desapareceu);

- tomavam banho naquelas águas, que eram mais profundas e, obviamene, limpas;

- havia areia branca em alguns trechos da beira do rio. Era uma prainha pra diversão nas tardes de domingo...

A proposta inicial de percorrermos 1.500 metros do Papaquara restou inviabilizada. O excesso de vegetação no leito do rio impediu a passagem dos barcos. Vegetação que só cresce em virtude da poluição ali existente, concluiu Sebastião dos Santos, atual presidente do CONSEG Canasvieiras. Não podemos ir muito além da ponte Xavier, no Canto do Lami; uns 800 metros, mais ou menos.

Ou seja: constatamos também que o rio não é mais navegável.

A manhã de sábado foi produtiva. Verdadeira aula de educação socioambiental ao ar livre. Com pessoas apaixonadas pela Mãe Natureza. Apesar da indignação com o tratamento dispensado ao rio, o clima de festa e descontração pairava no ar.

As imagens que capturamos serão divulgadas para alertar a comunidade sobre a necessidade de defender e preservar o Papaquaras e todos os rios do norte da Ilha. Por enquanto, estão disponíveis no facebook do Soscanasvieiras.

Agradecemos aos pescadores que tornaram possível a nossa saída de barcos. E não podemos esquecer o seu pedido de fazermos uma visita ao rio Ratones, que também está experimentando os mesmos problemas...

domingo, 20 de novembro de 2011

SOS Canasvieiras na imprensa

Fonte: ND Online

SOS Canasvieiras realiza ação para verificar o estado do rio Papaquara, no Norte da Ilha

A ocupação irregular de terrenos próximos ao rio causou a retirada de 58 famílias do local no começo de 2011

Emanuelle Gomes


O Movimento SOS Canasvieiras organizou uma ação, na manhã deste sábado (19), para averiguar as condições do rio Papaquara, no Norte da Ilha. O rio ficou conhecido pela ocupação irregular de 58 famílias que foram retiradas do local em janeiro deste ano pelo prefeito da Capital, Dário Elias Berger. Um com barco, representantes do conselho de segurança Baía de Canasvieiras, SOS Canasvieiras e comunidade da região, percorreram cinco quilômetros do percurso do rio.

“Observamos a degradação do rio que tem uma história, recebe águas de Ingleses e Cachoeira do Bom Jesus, passa por Daniela e deságua no mar. Vimos aterros muito próximos do Papaquara e não conseguimos navegar em alguns trechos devido à grande quantidade de algas”, conta Sebastião dos Santos, presidente do conselho de seguranças e membro do SOS Canasvieiras. Segundo ele, a intenção da ação é mostrar, por meio da imprensa, a situação atual do rio e buscar a recuperação das atividades econômicas desenvolvidas no local.

“Pretendemos fazer a dragagem e repovoar com robalos e camarões, que eram muito pescados aqui”, comenta. Enquanto uma equipe se deslocava pelo Papaquara, outro grupo promoveu ações de conscientização ambiental dentro da escola estadual Jovem Jacó Anderle. Um cinema 3D foi montado para projetar filmes que tratam da preservação do meio ambiente gratuitamente para a comunidade. “Temos a intenção de oferecer isso nas escolas pelo Estado. É uma linguagem ambiental diferente. Mais de 140 jovens viram essa mensagem hoje”, explica Rejane Varela, gerente de educação ambiental da SDS (Secretaria de Desenvolvimento Sustentável).

Sobre o Papaquara

Em janeiro de 2010, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, ordenou a retirada das famílias da APP (Área de Preservação Permanente) do rio Papaquara, logo depois das enchentes que afetaram o Estado. No total, 58 famílias foram retiradas das margens do rio. Todas receberam uma indenização de R$ 10 e mais seis parcelas de R$ 300 correspondentes ao aluguel-social. No começo de setembro, a equipe do Jornal Notícias do Dia esteve no local e descobriu que algumas famílias utilizavam o aluguel-social para a compra de materiais de construção e que por questões de trabalho – boa parte das famílias vive da reciclagem feita no loteamento – as pessoas voltaram para a região. No dia 26 de setembro, o Prefeito Dário Berger ordenou a volta das fiscalizações no Papaquara para averiguar as obras sem autorização. A fiscalização foi feita e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano tem de três a seis meses para avaliar a situação e, até mesmo, a possível demolição das residências.

sábado, 19 de novembro de 2011

Água suja nos canos da Casan

SOCORRO! A Casan cobra taxa de água e entrega barro. Quando reclamamos, os funcionários prometem que em 24 horas vão mandar uma equipe pra mexer no cavalete, assim a água voltará a ficar limpa. Mas se persistir a sujeira, o procedimento deve ser o mesmo, quantas vezes forem necessárias. Ano após ano, desde o século passado!

Prestem atenção num dos vários depoimentos de moradores:
"No Bairro Canasvieiras, em Florianópolis, a Casan fornece água barrenta, danificando cisternas,
caixas, tubulação hidráulica, saúde e o turismo. Não é caso de polícia, e sim de saúde pública!
Reclamei duas vezes. E se eu não tivesse anotado amiúde o consumo no hidrômetro, a Casan me teria cobrado neste mês R$ 300 a mais"
Osvaldo Furlan - Professor aposentado
Diário Catarinense - 18/11/2011

Estas fotos foram tiradas no dia 18/11/2011 na residência de uma moradora de Canasvieiras, assim que a água entrou na lavadora de roupas.



sábado, 12 de novembro de 2011

SOS Papaquara



Data: 19/11/2011
Horário: 9h às 12h
Área delimitada do passeio: da ponte Xavier até a ponte da SC 401 (aproximadamente 1.500 metros)
Objetivo: conhecer a atual situação do rio Papaquara, no trecho acima mencionado, e capturar o maior número possível de imagens que serão expostas posteriormente em vários locais (escolas, supermercados, ...) e na internet.
Iniciativa: SOS CANASVIEIRAS

sábado, 5 de novembro de 2011

Hino do SOS Canasvieiras

Música de Ana Negrello. Ouça:

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Prefeitura de Florianópolis está de braços cruzados!

Deu hoje no Diário Catarinense (2 de novembro, página 20): Balneário Camboriú está praticamente um canteiro de obras a céu aberto. A prefeitura investiou cerca de R$19 milhões para melhorar a drenagem pluvial, colocar nova iluminação na praia, reforma de calçadas e instalação de chuveiros. O prazo prometido é até o dia 30 deste mês, para não prejudicar o movimento da temporada.

Lá, pelo visto, o prefeito trabalha pela cidade. Enquanto isso, nossa situação continua a mesma de sempre:


Talvez o nosso prefeito, Dário Berger, não goste muito de ir à praia.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A (in)segurança do Norte da Ilha da Magia

Ana Echevenguá

“... Você precisa de alguém que te dê segurança Senão você dança...” - Segurança, Engenheiros do Hawai.

Final de outubro de 2011. Estamos às portas de mais uma temporada de verão. Turistas de vários lugares do mundo atravessam a ponte. Eufóricos, não enxergam o congestionamento constante do trânsito, não sentem o cheiro do esgoto ineficientemente tratado na ETE da Baia Sul...
É compreensível: Florianópolis-SC está no imaginário de várias pessoas. Sonham em morar aqui, antes ou após a aposentadoria; querem usufruir de suas cento e tantas praias...

“... Todo povo tem Sua versão do paraíso Eu tenho também Só que lá se chega vivo...” – de Lulu Santos, Baby de Babylon

E, ano após ano, somos testemunhas dessa invasão sazonal ao nosso Paraíso. Chegam aqui seduzidos (quem sabe?) pelos indicadores de (pseudo)sadia qualidade de vida que a mídia propaga.
O número de habitantes da Ilha da Magia triplica.
Aí, começa o circo: aparecem reformas nas vias públicas, nas fachadas dos hotéis e pousadas... todo dia, em alguma rua, tem um caminhão de tapa-buracos, de limpa-fossas... Como o serviço é ineficiente, os buracos e o esgoto in natura vão e vem.
Mas, de todos esses problemas, o que mais assusta é a falta de segurança.
Recentemente, participei de uma reunião sobre essa tal de ‘Segurança Zero’; e senti medo do que ouvi. Para o Norte da Ilha da Magia – que vai do bairro Cacupé ao Rio Vermelho -, a Polícia Militar conta com 12 servidores por dia, 2 viaturas, 2 ou 3 bicicletas, 7 postos policiais, ...
Tomara que os bandidos não saibam que estamos com deficit de mocinhos!
Mas, já sei que isso não é segredo. No ano passado, um dos editoriais do Diário Catarinense divulgou que Canasvieiras já integrava “o rol das áreas mais violentas da Grande Florianópolis, ombreando, em matéria de registros criminais, com a maioria dos bolsões de miséria e marginalidade em favelas e áreas periféricas da região”.
E Raul Sartori (Jornal Imagem da Ilha, fl. 04) contou que, em uma audiência pública realizada na Assembléia Legislativa-SC, o coronel que representou o Comando Geral da Polícia Militar de SC, declarou que “A PM está envelhecida, estressada, no limite”. Parece que 70% dos policiais militares têm mais de 25 anos de serviço e tudo o que querem é a aposentadoria.
Ou seja, ano após ano, ouvimos a mesma desculpa: ‘a PM não tem efetivo’ pra cuidar dos habitantes da Ilha. E, mesmo assim, atraem os turistas para essa ratoeira!
Entendo que a solução para tanto é única: o contribuinte tem que exigir do Estado investimentos em recursos humanos para que os órgãos de segurança cumpram sua função institucional. Afinal, pagamos tributos pra isso!
“Por isso, povo brasileiro vamos protestar De uma forma correta, sem violência Vendo a pessoa certa Pra você votar...” – Mundo Cão, Olodum.

Vamos exigir ‘concurso público já!’. Porque a porta de ingresso em cargo ou emprego público – enquanto não mudarem as regras da nossa Constituição Federal – abre-se com a aprovação em concursos.
Mas, gente querida!, precisamos ser enfáticos na exigência. Infelizmente, elegemos Senhores que “não querem perder tempo com essa porcaria que se chama gente”, conforme canta o grande Belchior em um de seus antigos sucessos cujo título é ‘S.A’.
Ana Candida Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente da ong Ambiental Acqua Bios e da Academia Livre das Águas, email: ana@ecoeacao.com.br, website: www.ecoeacao.com.br.