quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sempre haverá sol

por Ana Elisa Piltz Negrello*

A frase que marcou a minha vida quando iniciei minha “jornada do saber” foi dita pela minha grande mestra e mãe: “- Desse portão para dentro, você tem que obedecer e respeitar Ela!”
Minha mãe sabiamente se referia ao portão da Escola. “Ela” era a professora que me alfabetizou e que, 15 anos mais tarde, tive o imenso prazer de convidar para assistir minha formatura na Faculdade. E ela foi.
Hoje, sou eu quem está à frente de várias turmas escolares, desempenhando um papel tão lindo e importante na nossa sociedade: o de educadora que, “a priori”, significa transmitir e ensinar conhecimentos aos pequenos infantes; e, de certa forma, prepará-los para a vida. Essa luta não é fácil e se faz necessário um bom acompanhamento familiar e escolar. E é ai que nos deparamos com algumas barreiras.
Ao contrário de minha mãe que outorgou autoridade suficiente para minha querida professora, os pais de hoje em dia, na sua maioria - levando em conta a globalização, a informatização e porque não dizer a modernidade -, delegam ao professor a total e plena responsabilidade pela educação de seus filhos. Muitas vezes deixando-os pela manhã numa escola e apanhando-os à noite. Tornam assim a Escola uma espécie de “1ª casa”; e esperam dela o pleno e total sucesso na formação dos mesmos. Mas, quando realmente o professor chama a atenção da criança, os pais vêm até a escola para saber o que há de errado com ela.
Devemos ter bem claro o nosso papel enquanto educadores e atrair os pais para junto da escola com propostas pedagógicas de ajuda mútua e colaboração.
Tenho a absoluta certeza de que esse triângulo ESCOLA-PAIS-ALUNOS é infalível para a formação de bons cidadãos e cabe a nós, educadores, sermos o elo entre as partes envolvidas nesse processo.
E fazendo analogia à música do Grupo Titãs “ENQUANTO HOUVER SOL AINDA HAVERÁ...”, acredito que - enquanto houverem educadores preocupados e comprometidos com a educação - AINDA HAVERÁ FORMAÇÃO DE BONS CIDADÃOS.

*Ana Elisa Piltz Negrello, música e professora de Artes do Colégio Fênix, Florianópolis, SC, e-mail: inegrello @ hotmail. com.

3 comentários:

Sandra Petersen disse...

Belo artigo, Ana.
Parabéns pela sensibilidade aliada à lógica na exposição do tema.

Sandra Petersen

Mariana disse...

Pena que os mestres são super DESVALORIZADOS.
Entra governo, sai governo, e o magisterio vai "sobrevivendo" de promessas.
Até quando, meu Deus?

Mariana

Anônimo disse...

Quero expressar meu apoio e solidariedade a todos os professores catarinenses. Solicito aos deputados, junto ao governador, que olhem com carinho dando o que é de direito a esta classe tão sofrida, formadora de opinião, personalidade e que hoje luta por aquilo que é de seu direito.

Ronaldo Gomes Ferraz
por email
Diário do Leitor - DC 6/6/2011