quarta-feira, 16 de março de 2011

Nossa tragédia ambiental silenciosa de todos os dias

Publicado em O Estado de São Paulo, dia 12 de março de 2011, página A2.

Leia o artigo na íntegra aqui.

O lançamento dos esgotos sem tratamento na natureza é um atentado ao cidadão, que ocorre 24 horas por dia, 365 dias por ano. Os esgotos representam hoje o maior impacto ambiental às águas do País, principalmente nas grandes regiões metropolitanas. Não temos como falar em cidades sustentáveis ou "sustentabilidade", enquanto nossos cursos d"água forem vítimas da falta dos serviços de coleta e tratamento dos esgotos, legítimo fruto do descaso e falta de prioridade política das autoridades nas últimas décadas.

A solução para este desastre sem charme passa por todos os elos do governo, mas, sobretudo pela vontade dos prefeitos, responsáveis pela solução do problema, segundo a lei que rege o saneamento. Ele pode constituir sua própria empresa municipal ou conceder o serviço a uma empresa estadual ou privada, fazer uma parceria público-privada ou um sistema misto - solução existe. Mas sua responsabilidade não para por aí... Ele deve, por força da lei do saneamento, priorizar também a formulação do Plano Municipal de Saneamento Básico de seu município, sem o qual não poderá mais acessar os recursos federais. Cabe à autoridade local, portanto, vários desafios, mas principalmente o de olhar cuidadosamente a gestão dos serviços prestados à sua cidade, garantindo que se persiga a redução das perdas de água, a transparência da informação à população, o cumprimento das metas e a aplicação de tarifas adequadas à realidade local.

9 comentários:

Sandra disse...

Casan perde mais um município.
Capivari de Baixo ganhou no Trib unal de Justiça o direito de explorar os serviços de água e esgoto.
No sul do estado informa-se que Imbituba também pode seguir na mesma direção. E há outros prefeitos examinando outras alternativas.

http: clicrbs.com.br/moacirpereira
2011/03/16

Rodrigo disse...

E a Prefeitura de Florianópolis, o que vai fazer?
Vai continuar conivente com esta inoperância da Casan e da sua própria Vigilãncia Sanitária, que finge que faz as vistorias necessárias?
E a população continuará nesta apatia, achando tudo normal?

Rodrigo

Anônimo disse...

http://www.deolhonacapital.com.br/2011/03/15/as-delicias-do-fato-consumado/

UMA COISA É UMA COISA…

E outra coisa é outra coisa. Agora, com o prédio pronto e a clínica instalada, o argumento para que seja deixada em paz e tenha seu funcionamento autorizado, é o da necessidade imperiosa que tem a capital de mais hospitais. De fato, Florianópolis é um desastre em termos de atendimento médico de urgência e uma catástrofe quando se trata de procedimentos médico-hospitalares um pouco mais sofisticados.

Faltam leitos de UTI, faltam leitos comuns, faltam hospitais em boas condições, falta tudo. E até o aeroporto, que em muitos casos é a melhor saída para quem tem problemas sérios de saúde, anda mal das pernas. Um novo hospital, abrigando uma conceituada clínica para doenças do coração é, de fato, alguma coisa muito importante para a cidade.

Isso é uma coisa.

A outra coisa: que fascínio alguns médicos e grupos de médicos têm, por construções em áreas cheias de problemas? Aquele hospital azul que construíram perto do hospital de Caridade, com seu acesso íngreme e inadequado, que repercute nas ruas próximas, complicando o trânsito e fazendo com que qualquer consulta ou exame tenha um martírio extra, é um caso a ser estudado, no mínimo, nas escolas de engenharia e arquitetura.

E esse prédio da SOS Cárdio, feito em área da União, limítrofe com o mangue (ou sobre parte do mangue, segundo algumas interpretações), onde, teoricamente, não se podia construir esse tipo de equipamento?

E isso é a outra coisa.

IMPUNIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO

Todo sujeito que constrói algo irregular, conta com o medo, o pavor, que têm as autoridades de todos os níveis, de mandar derrubar o que está pronto. Como o judiciário é lento, as possibilidades de recursos são infinitas e a corrupção de uns e outros sempre ajuda a colocar areia nas engrenagens, quando alguém tomar alguma decisão, seja administrativa, seja judicial, a coisa já estará pronta e funcionando.

E aí é o que a gente viu agora: a tal “opinião pública” acha um absurdo impedir um hospital (coisa que, de fato, Florianópolis precisa desesperadamente), de funcionar. Mesmo que deixá-lo funcionar signifique, mais uma vez, a vitória da estratégia do “fato consumado”.

E, diante de tudo que temos visto, talvez seja mesmo uma sandice, a esta altura, tentar fazer cumprir a lei e punir seus violadores. Por que ser intolerante neste caso, se há tantas outras invasões de áreas públicas impunes? Se já está tudo virado num alho (e os vizinhos da clínica, também instalados sobre o mangue, não nos deixam ter ilusões), por que criar caso justamente com esta maravilhosa clínica, mantida por abnegados médicos, que presta essencial serviço à saúde pública (ou, pelo menos, à saúde daqueles abonados ou que têm planos de saúde) desta pobre capital?

Tem aquela velha história de respeitar a lei por uma questão de princípio, mas quem liga pra isso? Depois de um tempo, o ilícito parece que perde a força e se legaliza ex-oficio. Mais ou menos como aquele sujeito que para em local proibido, mas liga o pisca-alerta. Ou como aquela máxima que norteia muito agente público, encarregado de fiscalizar o cumprimento de normas, regras, leis e quejandos: “poder não pode, mas se ninguém reclamar vai ficando. Só não faz muita marola, pra não ficar ruim pro meu lado”.

Em todo caso, a juiza que derrubou os impedimentos para a inauguração, mandou seguir parte da ação que tem uma questão bem grave, para uma clínica à beira-mangue plantada: inadequação do sistema de tratamento de esgoto. Que merda, hem?

Anônimo disse...

Pelo que entendo, mais uma vez a Justiça privilegia os ricos. Os que podem pagar consultas particulares, porque do jeito que tá, nem os convênios cobrem mais os valores das consultas. Tem uma infinidade de médicos se descredenciando, pois os convenios, segundo eles, não pagam quase nada. Imagina as classes mais humildes....

Maria Dolores

Carlos disse...

Acabei de assistir ao jornal do meio dia (Helio Costa).
Uma reportagem grande sobre a Casan (poluição), onde as comunidades de Floripa têm as mesmas queixas, ou seja, não só a população é culpada pela poluição, mas a própria Casan é a maior responsável.
Parabéns ao SOS Canasvieiras ..pelas entrevistas!
É isso que tem que ser feito, todas as comunidades se unirem para acabar com este desrespeito.

Carlos

Carlos disse...

Leiam no blog do Moacir Pereira a matéria "E os modernos banheiros nas praias?"....
É piada...e das boas!

Carlos

Mariana disse...

Parabéns, Capivari de Baixo. Nós, moradores da ilha da fantasia, estamos "morrendo de inveja", mas felizes por vocês!!!!!!

Mariana

Anônimo disse...

conviver com esgoto a céu aberto, ano após ano, como tem acontecido nesta ilha maravilhosa, é andar na contramão do progresso.

Tijuca disse...

Estão deixando a casan acabar com as praias, rios, córegos de santa catarina e não tão fazendo nada pra impedir.
Depois não vai adiantar chorar sobre o leite que derramou.
E a casan culpa apenas os moradores que estão irregulares.
Ora, mas se tem tanta gente irregular, onde está a fiscalização? onde está a prefeitura, que não faz nada pra botar ordem nesta bagunça?
Já sei...nós, povo, estamos ,esmo jogados à propria sorte, não temos governo, não existe mais autoridade, a natureza que absorva toda essa sujeira e esgoto e que se exploda...deve ser isso que ELES pensam.
E ainda acham que a solução para toda essa m...é construirem emissarios submarinos, ou seja, continuar a poluição, só que em escalas bem mais perigosas.

Tijuca