segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Jurerê Internacional perde permanentemente o selo de qualidade Bandeira Azul na quinta-feira

Fonte: diario.com.br

Jurerê Internacional perde permanentemente o selo de qualidade Bandeira Azul na quinta-feira

Vistoria realizada na praia verificou descumprimento recorrente de critérios para certificação

Fernanda Peres e Juliana Sakae | fernanda.peres@diario.com.br

Uma vistoria realizada na quinta-feira em Jurerê Internacional, em Florianópolis, levou à retirada permanente do selo internacional de qualidade Bandeira Azul. O cancelamento foi decidido pelo coordenador do programa no Brasil depois de verificado o não-cumprimento, por três vezes seguida, de critérios estabelecidos para a certificação.

Segundo o comunicado do Instituto Ambiental Ratones (IAR), responsável pela fiscalização dos balneários brasileiros com a bandeira, problemas de gestão, fiscalização e comunicação estão entre os apontados para retirada da certificação. A prefeitura, que é responsável pela manutenção da praia, havia sido notificada em outras vistorias.

O Diário Catarinense procurou o secretário municipal de Turismo, Cultura e Esportes recém-empossado, Marcio José Pereira de Souza, que desconhecia da retirada do selo. Ele afirmou que irá se pronunciar na segunda-feira.

Em novembro, a bandeira foi arriada por dez dias após a constatação de lixo amontoado próximo às passarelas. No início do mês, o IAR fez outra vistoria e detectou mais problemas, como a existência de lixo em frente a restaurantes.

A prefeitura foi comunicada e providenciou ações imediatas, mas não conseguiu garantir o cumprimento dos critérios a longo prazo. A partir de agora, no Brasil, apenas a praia do Tombo, no litoral paulista, e a Marina Meliá, no Rio de Janeiro, têm o certificado.

Critérios exigidos

Para ganhar a Bandeira Azul, a praia precisa cumprir uma lista de 33 critérios (veja na tabela abaixo). A avaliação para definir se uma praia ganhará ou não o selo de qualidade começa com um júri nacional, composto pelo Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Turismo, Secretaria de Patrimônio da União e ONGs como a Abramar e a BrasilCruise. Depois, toda a documentação é enviada a um júri internacional, que dá a palavra final sobre a concessão do certificado.
Critérios para obter a Bandeira Azul:
— Informações sobre o Programa Bandeira Azul devem ser disponibilizadas
— Atividades de educação ambiental devem ser promovidas e oferecidas aos usuários da praia
— Informações sobre a qualidade da água de banho devem estar disponibilizadas
— Informações relacionadas a ecossistemas costeiros, fenômenos naturais, áreas naturais sensíveis e áreas de importante valor cultural ser disponibilizadas
— Um mapa que mostre os limites da Praia Bandeira Azul e a localização dos serviços e equipamentos existentes na praia deve ser disponibilizado
— Código de Conduta na área da praia, leis e normas de uso devem estar disponibilizados
— A praia deve atender aos requisitos de freqüência mínima de análise de água
— A praia deve aplicar métodos confiáveis de análise de água e ter histórico de qualidade
— Descargas de águas residuais, industriais ou urbanas não devem afetar a praia e área de banho
— A qualidade da água da praia deve atender aos requisitos de padrão de excelência da legislação nacional
— A praia deve atender ao padrão de qualidade Bandeira Azul para os parâmetros físico-químicos (pH 6 a 9, água sem camadas visíveis de óleo na superfície e sem odores, praia monitorada com relação a contaminação por óleo, etc)
— Um comitê de gestão da praia deve ser estabelecido
— A praia deve estar de acordo com todas as regulamentações que influenciam e gestão da praia
— A praia deve estar limpa (incluindo trilhas, estacionamentos e acessos)
— Algas ou outra vegetação devem ser deixadas para se degradarem na praia
— Existência de recipientes para lixo na praia, em bom estado de conservação, seguros e em número adequado, regularmente esvaziados e limpos
— Estruturas para receber lixo reciclável devem estar disponíveis na praia
— Existência de instalações sanitárias e chuveiros em número suficiente
— Os sanitários devem estar em boas condições de higiene
— Os sanitários devem ter destino final adequado dos dejetos e das suas águas residuais
— Não deverá existir camping não autorizado, circulação de veículos e depósito de entulhos não autorizados
— Normas relativas a cães e outros animais domésticos na praia devem ser obrigatórias
— Todas as edificações e equipamentos na praia devem estar em boas condições de conservação
— Os recifes de corais localizados nas proximidades da praia devem ser monitorados
— Meios de transporte sustentáveis devem ser estimulados na área da praia
— Um número adequado de salva-vidas deve estar disponível na praia
— Equipamentos de primeiros-socorros devem estar disponíveis na praia
— Existência de planos de emergência para combater riscos por acidentes de poluição
— Existência de um plano de gerenciamento para diferentes usuários e usos da praia para evitar conflitos e acidentes
— Existência de medidas de proteção e acesso seguro dos usuários da praia
— Existência uma fonte de água potável disponível na praia
— Pelo menos uma praia do município deve estar equipada para receber pessoas com necessidades especiais
— Policiamento na área da praia

Fonte: Projeto Bandeira Azul — Instituto Ambiental Ratones

domingo, 30 de janeiro de 2011

O monstrengo

Diário Catarinense, dia 30 de janeiro de 2011, página 3, por Moacir Pereira:

O monstrengo

O Masterplan do Sapiens Parque, no norte da Ilha, prevê empreendimentos científicos, técnicos, educativos, econômicos, culturais e esportivos, para se constituir no mais diversificado parque temático do Estado. Pelo menos duas obras conflitam com o espírito e o objetivo do magno empreendimento: o kartódromo, construído com recursos públicos e gerenciado pela Federação de Automobilismo de Santa Catarina, e a arena multiuso, ora em construção junto à SC-401, ao lado do trevo de Canasvieiras.

Florianópolis já tinha uma área para competições de kart, implantada pela iniciativa privada também no norte da Ilha. O poder público investiu milhões no novo complexo para realizar o Desafio das Estrelas em dezembro, quando a temporada já começou. Portanto, não quebra a sazonalidade.

A seu lado está o esqueleto do que deverá ser a arena multiuso, um estádio coberto com arquibancada de concreto para 5 mil espectadores. Tem um palco que, usado em shows, ampliaria a lotação para 8 mil assistentes. Primeiro problema. O estacionamento ao lado tem capacidade para apenas 1.100 veículos. Há outra área do Sapiens para mais mil veículos, mas distante dois quilômetros. Segundo hoteleiros e empresários do trade turístico, ali não será possível realizar feiras e convenções.

O projeto nada tem a ver com o Sapiens Parque, que cedeu a área à prefeitura, a pedido de Luiz Henrique e Dário Berger. A prefeitura terá que pagar R$ 3, 6 milhões em obras de infraestrutura. Até agora, nada! O projeto foi elaborado pela prefeitura, depois que Dário e o secretário regional Valter Gallina visitaram a arena de Jaraguá do Sul.

A arena da Ilha está com obras paradas há mais de quatro meses. Financiamento de R$ 7 milhões da Caixa Econômica Federal pode ser cancelado. A Caixa vetou a licitação feita pela Secretaria Regional.

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MUDANÇAS

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-SC, João Eduardo Moritz, detonou o projeto. “Os empresários queriam um centro de convenções e eventos culturais e artísticos, com espaço para feiras, e anexo para esportes.” O ex-presidente da Associação Empresarial, Dilvo Tirloni, diz que o setor não foi ouvido e defende a implosão do que já foi construído e um novo projeto. A prefeitura e o governo fizeram tudo ao contrário.

O Masterplan destaca que o Sapiens terá jardim botânico, praça temática, museu e espaços tecnológicos, lagos e parques naturais. E prevê: “Arena multiuso de cultura e de eventos”. Estava dentro do espírito do Parque, voltado para pesquisas, ciência, tecnologia, meio ambiente e educação. A arena em construção tem outro conceito. Os técnicos do Sapiens defendem uma mudança radical no projeto.

O secretário Cesar Souza Júnior está convencido de que o projeto em construção é inviável. Pela concepção e carência de recursos. Foram aplicados R$ 4 milhões. O custo agora passou para R$ 28 milhões. Deveria estar concluído em maio deste ano. Pelo ritmo, não ficará pronto nem em 2012.

Inserido numa magnífica área com mais de 4 milhões de metros quadrados, o Sapiens Parque ocupará 11% do total em construções. A área de turismo, com arena de cultura e eventos, objetivava dinamizar o setor hoteleiro e o complexo turístico instalado no norte da Ilha durante todo o ano.

A arena multiuso conflita com o Masterplan, é cópia da de Jaraguá, está sendo edificada sobre o acostamento da SC-401, não terá estacionamento compatível, não tem recursos no orçamento e não atende o trade turístico. Vão planejar assim lá em Cacha Pregos! Com todo o respeito aos baianos.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Saneamento em 2015 ainda será péssimo

Diário Catarinense, 29 de janeiro de 2011, página 4.


Saneamento em 2015 ainda será péssimo

Casan, que atende apenas 2,5 milhões de catarinenses, prevê que pelo menos 70% do esgoto que coleta vai continuar sem tratamento, mesmo daqui a quatro anos

Santa Catarina não deve cumprir uma das principais Metas do Milênio, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud): reduzir pela metade o percentual da população não atendida por esgoto sanitário entre 1990 e 2015. Hoje, só 12% da população do Estado tem acesso à rede de esgoto. Em 1990, o índice era de 9,5%.

Pela projeção da Casan, que atende 198 dos 293 municípios do Estado, 70% do esgoto que a empresa coleta continuará sem tratamento em 2015. Hoje, 19% dos 2,5 milhões de habitantes atendidos pela Casan têm suas casas ligadas à rede coletora. Para o presidente do Instituto Trata Brasil (ITB), Édison Carlos, passar para 30% é pouco. O ITB é uma organização que coordena campanhas para universalizar o acesso à coleta e ao tratamento de esgoto.

– Continuar a jogar 70% do esgoto na natureza é muito crítico. As obras são caras e demoram, mas é necessário ser uma prioridade de governo – ressalta Carlos.

Ele revela que o índice mínimo de atendimento para alcançar a meta é de 54,5%.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009 mostra que 99% da população têm acesso à rede elétrica, 89% à coleta de lixo, 84% ao abastecimento de água e 84% à telefonia fixa. Porém, só 59% dos brasileiros têm coleta e tratamento de esgoto, contando a fossa séptica, que só trata metade dos resíduos.

Para chegar a 30% de tratamento de esgoto aos clientes da Casan, serão investidos R$ 1,2 bilhão, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Em 2010, foram investidos R$ 45 milhões em Criciúma, São José e Florianópolis.

Se a previsão de término das obras for cumprida, o número de cidades com esgoto vai passar de 16 para 29. É um grande salto em cinco anos, mas um índice ainda pequeno. Isso significa que 169 dos 198 municípios atendidos pela Casan continuarão a lançar o esgoto na natureza.

De acordo com o diretor técnico da Casan, Fábio Krieger, desde a criação da empresa, em 1970, a prioridade foi o abastecimento de água, que hoje atende 98,8% da população. Além disso, investir em esgoto é mais caro – R$ 2 mil por habitante, o dobro do necessário para a água.

– Se optou em investir em água, para evitar as doenças que afetam as pessoas pelo consumo da água não tratada.

Mas o presidente do ITB lembra que a falta de esgoto também causa doenças, como cólera e diarreia.

Cidades de Santa Catarina optam pela municipalização

No Estado, aumenta o número de cidades que municipalizam o serviço. De 2003 para cá, a Casan perdeu a concessão de 19 municípios. Joinville é uma das que optaram, em 2005, por gerenciar o tratamento de esgoto, que atende apenas 14% dos habitantes. A Companhia Águas de Joinville prevê subir o índice para 53% até 2012.

Terceirizar foi o caminho escolhido por Blumenau, que tem apenas 6% de tratamento de esgoto. Na cidade, o consórcio liderado pela Foz do Brasil começou as obras para ampliar o sistema em julho de 2010 e pretende chegar a 60% em 2014. Já, foram construídos 20 km de rede nos bairros Vorstadt, Boa Vista e Itoupava Seca. Este ano, a previsão é sanear o Bairro Vila Nova. O orçamento é de R$ 320 milhões.

Em Palhoça, os serviços foram municipalizados em 2007, com a promessa de sanear o município em cinco anos. Mas, até agora, só o Loteamento Madri e o Condomínio Terra Nova – que reúnem menos de 5% da população – têm suas casas ligadas à rede coletora. A prefeitura se comprometeu em investir R$ 1,5 milhão para o plano executivo do esgoto do município, sem o qual não pode solicitar recursos à União e a outras fontes de financiamento.

Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, foi um dos primeiros a municipalizar a água e o esgoto, isso em 1991, quando foi criado o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Depois de 20 anos, não houve evolução no tratamento de esgoto, e apenas três loteamentos têm sistema de coleta.

ROBERTA KREMER

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Capital registra casos de virose no Norte da Ilha

Fonte: Diário Catarinense

Capital registra casos de virose no Norte da Ilha

Postos de saúde apresentam volume elevado de pacientes com sintomas da doença na região

Havia recém amanhecido quando a vendedora Ívina Gabrieli Kurtz, 19 anos, entrou na fila da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ontem pela manhã, em Canasvieiras, Norte da Ilha. Às 7h30min, ela e dezenas de outras pessoas já se aglomeravam à espera de atendimento para os mesmos sintomas: vômito, mal-estar e diarreia. Todas elas vítimas de um uma virose típica de verão, ocasionada por fatores diversos, como consumo de alimentos ou líquidos sem condições de higiene e até banho de mar em pontos impróprios.

Na UPA Norte, nos últimos dias, 80% dos atendimentos diários são de pessoas com sintomas parecidos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Mas a gerência de Vigilância Epidemiológica confirma que a incidência está por toda a cidade. De dezembro do ano passado até ontem, foram 3,9 mil atendimentos de casos de virose gastrointestinal nos postos da Secretaria Municipal.

– O número é ainda menor que no mesmo período do ano anterior. Como o volume de pessoas aumenta muito, e o calor favorece os sintomas nesta época, o número de atendimentos é proporcional – explica Monich Cardoso, gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis.

Segundo ela, a quantidade de casos não pode se caracterizar como surto, porque, para isso, teria de haver um vínculo com uma origem específica.

Em camping, quase ninguém escapou

Em um camping situado em Canasvieiras, veranistas contam que quase ninguém escapou da virose, desde o início do mês. Na barraca da família Knorr, que veio de Brasília, todos ficaram doentes. Começou pela funcionária pública federal, Valéria Knorr, 49 anos, e pela filha, de 23 anos. Depois, foi a vez da neta Maria Eduarda Boaventura, de um ano e cinco meses, e encerrou com o marido, José Mario Corrêa, 45 anos.

– Há 10 anos viemos para Florianópolis passar o verão e é a primeira vez que vemos uma coisa dessas. E o mais impressionante é que é generalizado: sempre tem alguém do camping passando mal – conta Valéria.

SÂMIA FRANTZ

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Casan fiscaliza esgoto irregular em Canasvieiras

Fonte: Notícias do Dia

A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), por determinação do promotor do Ministério Público Estadual Rui Arno Richter, está identificando os locais onde há esgoto sendo jogado irregularmente em galerias pluviais e, consequentemente, chegando, sem tratamento, na areia ou no mar de Canasvieiras. O problema existe há anos, conta o comerciante e integrante do movimento SOS Canasvieiras José Francisco Noceti Bittencourt. “Vínhamos pedindo essa fiscalização há muito tempo. Finalmente, está sendo feita”, comemora. A operação vai durar até depois do Carnaval.

Após encontrar as irregularidades, a Casan chama a Vigilância Sanitária Municipal para autuar os responsáveis e exigir a regularização. “Temos feito isso diariamente”, afirma o diretor do órgão, Anselmo Granzotto. Um dos lugares autuados até o momento é o Palace 1 Hotel. “Efluentes de alguns cômodos estavam sendo despejados na praia. O estabelecimento corrigiu a falha na mesma hora. Mas, por ter havido dano ambiental, será aplicada uma penalidade”, explica Granzotto. A gerência do hotel diz que não foi informada. Irregularidades também já foram encontradas em restaurantes e prédios residenciais.

Essa é, segundo o SOS Canasvieiras, uma das principais razões pelas quais Canasvieiras sofre com a poluição das suas águas. “Com essa operação, que começou em dezembro, vários pontos considerados impróprios para o banho já estão com placas de balneabilidade própria”, relata Bittencourt.

Poluição atrapalha economia do bairro

Para a comunidade do balneário mais famoso do Norte da Ilha, além dos impactos ambientais, há os econômicos, já que boa parte dos moradores vive do turismo. “Ano passado, muita gente teve diarreia e vômito após tomar banho de mar e jurou nunca mais voltar aqui”, conta Bittencourt.

E a situação continua. O aposentado argentino Elias Balas, 72 anos, descreve os mesmos sintomas e diz que outras 20 pessoas do hotel onde está hospedado também estão doentes. “Ainda falta muita coisa para ser feita, claro. Mas acho que em um ou dois anos vamos conseguir salvar a nossa praia”, acredita o integrante do SOS Canasvieiras.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Anestesiada até quando, Canasvieiras?

Ouvi uma pessoa aqui em Canasvieiras que, não conseguindo ficar calada pra não dizer besteira, saiu-se com esta "pérola" diante da enchente que invadiu casas, lojas, shoppings, mercados, Banco do Brasil,campings,restaurantes e bares :

- Deus está zangado com Canasvieiras !

Que coisa asnática ! (Asnática vem de asno...) Esta mesma pessoa é fumante e já presenciei, por diversas vezes, ela jogar a bagana do seu cigarro no estreito ralo da nossa rua.

Deus deixa os sacos de lixo nas ruas ?
Deus esquece as latinhas de cerveja nas calçadas ?
Deus deixa as dezenas de garrafas plásticas de refrigerante soltas pelas ruas ?
Deus pega seu lavajato e limpa as calçadas com a água potável da CASAN (que vem de longe e custa caro) e direciona toda sujeira para as bocas-de-lobo estreitas e já lotadas de dejetos ?
Deus asfaltou e calçou toda a cidade, impermeabilizando o solo e não deixando saída correta para as águas da chuva ?
Deus construiu centenas de edifícios em plena zona das dunas, ao arrepio da lei ?
Deus autorizou condomínios irregulares em zonas de preservação permanente ?
Deus ocupou com casebres as encostas do morro sabendo que elas iriam deslizar mais tarde ?
Deus é o ganancioso dono de Imobiliária Celestial e, por isso, quer ganhar dinheiro a qualquer custo e constrói em qualquer lugar, com ou sem alvará ?
Deus derrubou as florestas dos morros que ajudavam a conter o solo com seus milhares de quilômetros de raízes entrelaçadas ?
Deus se apossou de morros, encostas, cursos d*água, terrenos que são da Marinha, ilhas que são do Governo ?
Deus impediu que nossas autoridades criassem juízo e tivessem um sistema de alerta eficaz e precoce, além de um eficiente e rápido sistema de evacuação ?
Deus é que exige que as autoridades fiquem apenas "monitorando", "aguardando licitações" e outros papos furados, enquanto a população pamonha e calada não vai para as ruas protestar ?

Os desastres se repetem e qualquer ecologista sabe que se repetirão cada vez com mais frequência e gravidade, ceifando cada vez maior número de preciosas vida. Foi assim ano passado. Foi assim este ano. Será assim ano que vem.

Logo virá o Carnaval. O povo anestesiado desfilará pela Passarela "Negu Quiridu", fantasiado de conde ou de marquês. E todo mundo esquecerá dessa enchente. Como esqueceu das outras.

Ficarão assim até o dia em que não existir mais areia na praia de Canasvieiras. Os hotéis e pousadas ficarem vazios. E tudo ficar entregue aos cães errantes que vagam pelas ruas. E às águas-vivas que fazem arder a pele dos insensatos. Um dia todos descobrirão que dinheiro não é tudo na vida !

Mas, por favor, absolvam Deus de toda esta sacanagem.

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AUTOR : James Pizarro - Eng. Agrônomo, Radialista e Prof. Aposentado da UFSM, RS (morador de Canasvieiras).

domingo, 23 de janeiro de 2011

Desastre anunciado

Prezado Senhor Promotor de Justiça - Rui Arno Richter – Ministério público de Santa Catarina,


O senhor deve estar lembrado que quando esteve na Rua Acari Margarida em Canasvieiras para verificar junto com os representantes da Vigilância Sanitária a poluição da paia naquele local, falamos sobre a necessidade do enrocamento do córrego Beatriz e da terminação da rede pluvial para evitar o bloqueio das suas águas e direção ao mar.


Desastre anunciado ou não, o fato é que hoje as águas pluviais da região sob forte tempestade e represadas pela areia da praia, levaram de roldão tudo que encontraram pela frente, inclusive ponte, muros e parte do terreno ao final da rua e por pouco não solaparam a amurada que sustenta a piscina do Residencial Marathon que não resistirá à outra ação semelhante.

Prezado senhor Promotor, as perguntas que ficam são: Quando e de que maneira a Secretaria de Obras do Município aprenderá a fazer as terminações das redes pluviais de forma a não terem as águas bloqueadas e represadas? Quem arcará com os prejuízos dessa incompetência? Quando teremos a nossa rua recuperada?

Já que não temos voz junto aos ouvidos moucos da municipalidade, apelamos à vossa sensibilidade para termos respostas às perguntas acima.



Embora as fotos falem por si, venha nos visitar para ver de perto os estragos e o carnê do IPTU que vamos pagar em breve.

Abraços,

Maltez

sábado, 22 de janeiro de 2011

Falta prevenção

Diário Catarinense, 20 de janeiro de 2011, coluna do Moacir Pereira, página 5:

Impressionantes os estragos e transtornos que as enxurradas causaram em Florianópolis e Criciúma. Surpreendente o volume de precipitação dágua. Foram 180 milímetros em Criciúma e 80 milímetros em Florianópolis. Na Capital, 40% a mais do que o nível médio do ano. Mas repetitiva a intervenção das autoridades em relação a estas rotineiras calamidades. A própria Defesa Civil, que tem realizado um trabalho sério e produtivo, arrisca-se a cair na mesmice que fragiliza a Fatma (Fundação do Meio Ambiente) em relação às praias poluídas. Todos os anos é a mesma história. Faz o exame laboratorial da água recolhida nas praias do litoral e coloca placas anunciando as que estão poluídas. Fica tudo como está. Não acontece absolutamente nada. Os órgãos ambientais e de saúde pública, que tinham a obrigação de identificar os poluidores e puni-los exemplarmente até de forma pública para servirem de exemplo e dar às penalidades um caráter pedagógico omitem-se de forma lamentável. Entra ano e sai ano, começa e termina a temporada... e a ladainha não muda.

Com a Defesa Civil é a mesma coisa. Está faltando mais ação, mais planejamento, mais tecnologia e, sobretudo, mais prevenção da Coordenação Estadual da Defesa Civil e de suas filiadas municipais.

A primeira obrigação da Defesa Civil é cientificar-se, hora a hora, da previsão meteorológica. O comentarista Leandro Puchalski, formado em Meteorologia pela Universidade Federal de Pelotas, avisou no Jornal do Almoço da RBS TV, que haveria um forte temporal na noite de terça-feira. Algum alerta foi acionado? Todas as comunidades ribeirinhas e residentes nas encostas dos morros tiveram a informação. Pelo que se viu, o SOS entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Aliás, nem entrou. O prefeito Dário Berger estava em São Paulo tratando da saúde do filho menor. O vice João Batista Nunes dando posse ao vereador Márcio de Souza na Secretaria de Turismo de Florianópolis. E os vereadores, cuidando do inquérito sobre a denúncia de compra de votos para a eleição da nova mesa da Câmara Municipal.

PRIORIDADE?

É verdade que caiu água demais em Criciúma. Mas ali, como de resto nos demais municípios vulneráveis do Estado, a situação se repete. O poder público não faz um trabalho permanente, nem contrata uma empresa para manter as galerias pluviais desobstruídas. Também não cuida de manter limpas as bocas de lobo para facilitar o escoamento das águas. Nem contrata técnicos para examinar as zonas mais sensíveis.

E, para completar, a falta de educação da população. Gente que joga tudo na rua, que atira até sofás e fogões nos riachos e mangues, que não procura colaborar nas ações preventivas. Secretaria da Educação, igrejas, ONGs e Defesa Civil já realizaram algum trabalho sério de educação das crianças e dos adultos na linha da prevenção para evitar esta tragédia do Rio que comove a nação e o mundo?

Impactados pela maior catástrofe já registrada no Rio de Janeiro, o que fizeram o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes? Contrataram outra vez a médium Adelaide Scritori e a Fundação Cacique Cobra Coral para “controlar” o tempo na Cidade Maravilhosa.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Urubus sobrevoam a tragédia

Por James Pizarro

O que me dá mais raiva quando ocorrem estas tragédias é quando vejo na televisão nossos ilustres políticos e ínclitas autoridades - qual urubus - sobrevoando a região de avião ou helicóptero...Qual a serventia que isso tem ? Em que melhora a vida dos flagelados ? Qual o efeito prático desses vôos ?

Eles fazem cara de estupefatos, tristes, chocados apenas quando enxergam as câmeras das grandes redes de televisão por perto. Depois, engravatados, lépidos e fagueiros, vão comer camarão e tomar champagne nos melhores restaurantes - ou motéis - do ramo.

Os helicópteros demoraram 5 dias para ser liberados para salvar os coitados atingidos pela tragédia. Alegaram que a demora se deveu aos trâmites burocráticos. Mas para os deputados federais aumentarem seus próprios salários para 26.000,00 reais gastaram apenas 20 segundos numa votação relâmpago. Enquanto argumentam que não podem dar mais do que 545,00 reais de salário mínimo sob pena do país falir.

Enquanto isso ocorre, quem se mobiliza por livre iniciativa é o povo brasileiro. Por sua generosidade, mesmo os mais pobres ajudam os flagelados suprindo a ausência dos políticos e governantes.

Por muito menos do que isso, os franceses decapitaram reis, rainhas e demais nobres parasitas e instauraram uma nova ordem. Até quando vamos suportar 60 tipos de impostos - a maior carga tributária do mundo - que se abate sobre nossos bolsos pela voracidade fiscal de quem nos dirige ?

Acorda, juventude brasileira, pois estão trucidando o futuro de vocês !

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Temporada no lixo

"Durante a temporada de verão, as praias da Ilha de Santa Catarina são tomadas pelo lixo produzido por seus frequentadores, tanto os nativos quanto os turistas. Reportagem publicada em nossa edição de sexta-feira (14/01) conferiu o panorama decorrente da irresponsabilidade e incúria dos banhistas em relação a esses atraentes espaços coletivos, decisivos para que Florianópolis se perfile entre os mais procurados destinos turísticos internacionais pelo jornal The New York Times. A situação foi verificada, no início do dia e ao final da tarde, em quatro das mais movimentadas praias da Capital.

Manhã cedo, equipes da Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) trabalham para limpar a imundície produzida na véspera. Copos e garrafas de plástico e de vidro, latas de cerveja e refrigerante, nauseabundos restos de comida e por aí afora, empestando o ambiente. Pior, segundo a Comcap, é o chamado microlixo – como bitucas de cigarro, canudos, espetinho e até mesmo, preservativos. Todos os dias, em média, são recolhidas 24 toneladas de dejetos nas praias, e, nos finais de semana, com bom tempo, podem chegar a 33 toneladas. Um trabalho que mobiliza, em tempo integral, 188 funcionários da empresa municipal.

Não raro, banhistas sentados ao lado das lixeiras sequer se dão ao trabalho de nelas depositar a sujeira que produzem. Elementar falta de educação, de respeito à preservação ambiental e à própria saúde pública, eis que o lixo pode ser retirado, mas a contaminação, na areia e no mar, não. Há que estabelecer punições a esses “contraventores de temporada”, a exemplo do que já ocorre em plagas mais civilizadas."

Fonte: Diário Catarinense

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Responsabilidade social X Reality Shows

Penso que a maioria esmagadora de pessoas que assistem aos Reality Shows poderiam ser beneficiadas com um conteúdo mais educativo e conscientizador sobre a deficiência de conhecimento que assola a maioria da população em nosso pais.

Hoje assistimos boquiabertos a calamidade que passam os moradores que vivem em situações totalmente inadequadas em todas as regiões do nosso Brasil, como por exemplo, a terrível devastação da Serra Fluminense.

A iniciativa privada que detém o poder ecônomico para patrocinar este formato de programa em horário nobre deveria buscar a parceria dos Meios de Comunicação e do Governo Federal, e juntos patrocinarem um programa educativo e conscientizador, no qual os protagonistas fossem educadores, sociólogos, comunicadores, cidadãos, politicos, enfim, um representante de cada nível da esfera formadora da Sociedade. Com esse grupo, discutir e conscientizar a população sobre assuntos tão importantes como a questão do lixo, do meio ambiente, do desperdício, da educação, da segurança, da habitação, da importância do controle da natalidade, etc.

Sabemos que tudo isso é possível, basta a boa vontade dominar e a responsabilidade social se destacar.

Eu adoraria ligar a televisão e poder fazer parte do programa, escolhendo e votando um projeto de melhorias para toda a nossa sociedade...

Entendo também que para isso acontecer, deveria haver uma mudança de mentalidade e de atitudes. Mas nunca é tarde para iniciarmo esta reflexão.

Por Mirian Margarete Mayer de São Paulo/SP

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Morte de turista argentino em Florianópolis ocorreu a cerca de 200 metros de posto policial

Fonte

Morte de turista argentino em Florianópolis ocorreu a cerca de 200 metros de posto policial

O turista argentino Raúl Alberto Baldo, de 48 anos, foi assassinado na madrugada desta terça-feira a cerca de 200 metros de um posto da Polícia Militar. O crime aconteceu 0h53min na rua Rodolfo Hickel, no bairro Canasvieiras, no Norte da Ilha, em Florianópolis.

Baldo levou um tiro na frente da família ao brigar com um assaltante. O argentino havia chegado a Florianópolis e estava com a mulher e dois filhos, de 11 e 14 anos.

Antes de procurarem um hotel, eles foram olhar a praia. Enquanto a família estava fora do carro, um Space Fox prata, um homem tentou arrombar o veículo. O argentino percebeu o que estava acontecendo e começou a brigar com o criminoso.

Baldo acabou baleado e morreu no local. O suspeito fugiu com o carro e todos os pertences da família. Até o momento, ninguém foi preso.

O corpo do argentino foi encaminhado na madrugada para o Instituto Médico Legal (IML). A equipe aguarda um documento para fazer a autópsia.

Solidariedade

Uma família de argentinos que ficou sabendo do crime foi à 7º Delegacia de Polícia prestar solidariedade à mulher e aos filhos de Baldo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Consciência e educação

Um dos primeiros posts deste blog, em março de 2010 foi "Canasvieiras: Morte Anunciada", do professor James Pizarro.

Realmente, durante a baixa temporada, o cenário é outro. Na temporada, além dos problemas acumulados durante anos, temos muitos visitantes que não respeitam nada, e por conta da sua pouca educação e falta de consciência ambiental, sujam mesmo, não só a praia, como os outros locais públicos e até os privados . Prova disso, são as condições que deixam os imóveis que alugam por alguns dias. Verdadeiros depósitos de lixo.

Mas isso não é “privilégio” só de Canasvieiras. Visitando outras praias, outros paraísos, de natureza exuberante, quando chega o homem, começa a devastação.

No domingo, dia 2 de janeiro de 2011, na volta pra casa depois de uns dias de férias, eu e minha família nos deparamos com uma cena lamentável. Estávamos num engarrafamento em Matinhos/Caiobá/Guaratuba (Paraná), quando, sem a mínima cerimônia, os ocupantes do carro à frente arremessavam pela janela , em direção à mata, latas de cerveja, baganas de cigarro, saquinhos de salgadinhos. Um total atentado ao respeito e educação ao lugar que os acolheu para uns dias de descanso.

O que fazer numa situação dessas? Ou tomamos “as dores” na defesa do meio ambiente, ou “deixamos pra lá”. Mas deixar pra lá é complicado, um sentimento de impotência toma conta da gente, afinal não podemos nos acovardar perante estas atitudes, que já se tornaram banais, infelizmente.

Mas “tomar as dores”, “chamar à razão” pessoas que agem assim, pode custar muito caro, quem sabe até nossa própria vida, pois não sabemos com quem estamos lidando, o que essas criaturas são capazes de fazer, já que não hesitam em agredir aquela que nada fez para receber tal tratamento, a natureza. Esta obra maravilhosa e sábia que provê nossas necessidades sem cobrar nada. Apenas devemos amá-la, respeitá-la e preservá-la.

Aí dizem que quando acontece uma catástrofe natural, é a natureza se vingando. Não é não...é o próprio ser humano colhendo o que plantou.

Que possamos continuar com nosso trabalho em 2011, onde o despertar da consciência é a chave para o sucesso dos nossos propósitos. O trabalho é árduo. A caminhada é longa. Adversidades existirão. Sabemos que ninguém “desperta” a consciência de outrem, mas quem sabe se, de tanto “bater nesta tecla”, surpresas boas venham a acontecer.

Sandra Petersen

Integrante do Movimento SOS CANASVIEIRAS