sexta-feira, 28 de maio de 2010

Animais de rua: um problema de todos

Um dos grandes desafios das administrações municipais nos dias de hoje é a superpopulação de animais de rua. Infelizmente é colocado em último lugar na fila de prioridades.

Sabemos que os animais de rua são transmissores de várias doenças, atacam pessoas, causam acidentes de trânsito, mexem no lixo. Conforme orientação da Organização Mundial de Saúde, não há outro meio de solução encontrado para o problema que não passe pela esterilização em massa, considerando o alto índice de natalidade dos animais de rua. Para citar um exemplo da OMS, se uma cadela, em seu ciclo de reprodução não perdesse nenhum de seus filhotes, em apenas seis anos geraria em torno de 67 mil novos animais. Isso mesmo. Um número assustador.

A solução é a esterilização em massa, além de uma ampla campanha para que as pessoas não abandonem seus animais pelas ruas, como fazem atualmente. O extermínio, além de crime, é uma barbárie, e não soluciona o problema, que reside no grande índice de natalidade e no abandono injustificado que as pessoas fazem. Recolher os animais das ruas para um depósito também não é a solução, que além de gerar grande despesa, cria um grande foco de doenças. Estaríamos apenas mudando o problema de lugar, escondendo-o da sociedade.


Na Coordenadoria do Bem Estar-Animal são realizadas castrações gratuitas para animais de pessoas que:

• Residam dentro do município de Florianópolis;
• Tenham renda de até 3 salários mínimos;
• Animais de rua desde que tenham acompanhamento pós-cirúrgico de um responsável;
• Apresentem originais e cópias de comprovante de renda, comprovante de residência e identidade

Para marcar a cirurgia compareça na Coordenadoria trazendo os documentos acima mencionados, marcaremos uma data e nesta o animal deve ser conduzido ao Centro Cirúrgico onde é realizada a cirurgia.

Se você não tiver condições de levar seu animal até o Centro Cirúrgico, entre em contato: (48) 3237-6890, pois exitem voluntários cadastradores na maioria dos bairros da cidade. Os voluntários cadastradores marcam a data em que o carro passa no bairro para pegar os animais e os leva ao Centro Cirúrgico para realizar a cirurgia.

Endereço da Coordenadoria do Bem Estar-Animal: SC 401 - ao lado do Cemitério do Itacorubi
Telefone: (48) 3237-6890


Fontes:
http://www.portaldiario.info
http://www.pmf.sc.gov.br/bemestaranimal/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Você utiliza corretamente o sistema de esgoto?

A falta de saneamento transmite uma série de doenças, a maioria delas causada por micro-organismos eliminados pelo intestino. O corpo, como defesa, expulsa boa parte dos agentes causadores de doenças pelas fezes. Se o esgoto não é recolhido e tratado, volta ao ambiente e contamina outra pessoa, perpetuando o ciclo da doença. Por isso a importância do correto uso do sistema de esgoto.
Se você tiver alguma dúvida peça uma vistoria gratuita na sua rede de esgoto. O telefone da Casan é 0800-6430195.
Muitas pessoas simplesmente não sabem, se o seu imóvel está ou não ligado corretamente à rede de esgotos e se a sua água pluvial está tendo o destino correto. Se não existir rede de esgoto em frente ao imóvel, neste caso, solicite, em qualquer uma das agências de atendimento da Casan o serviço operacional "Ampliação de Rede".
A rede coletora de esgoto, assim como todo o sistema de saneamento básico, é um patrimônio de todos nós. Seu bom funcionamento depende, em grande parte, de sabermos usá-la corretamente. Isto é exercício de cidadania consciente!
Se você precisar de ajuda ou informações adicionais, o grupo SOS Canasvieiras terá o maior prazer em ajudar. Nossas reuniões são todos os sábados às 16 horas no Hotel Moçambique.

Jaqueline Rhoden

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bom exemplo



REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS
Lixo que educa e vira alimento

Resíduos orgânicos que sujavam as ruas em duas comunidades viram adubo que fortalece hortas e conscientiza as crianças

Os ratos invadiram o bairro. Pelas ruas, nas casas, nas escolas, os roedores andavam em busca de restos de comida deixados pelos moradores. Para resolver o problema da infestação, surgiu uma ideia: recolher os resíduos orgânicos jogados pelas ruas e transformá-los em adubo.

No início, há um ano e meio, cinco famílias participavam do projeto para a compostagem do lixo, nas comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, no Bairro Monte Cristo, em Florianópolis. Todo o trabalho era feito por voluntários. Atualmente, são 95 famílias, duas agentes comunitárias contratadas e dois bolsistas.

O projeto, chamado Revolução dos Baldinhos, foi idealizado e organizado pelo agrônomo Marcos José de Abreu, que trabalha no Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro).

De acordo com Marcos, hoje são coletadas 10 toneladas de lixo orgânico por mês produzido pelas famílias que participam do projeto. Isso representa menos de 3% do total de pessoas residentes nas comunidades, cerca de 3 mil. O projeto só não está sendo ampliado porque não haveria espaço para depositar mais resíduos.

Para aumentar o atendimento, as comunidades estão negociando apoio da prefeitura da Capital. Eles reivindicam um terreno para fazer um novo pátio de compostagem e que a prefeitura pague aos participantes o valor que seria gasto para a coleta, transporte e aterramento desses resíduos recolhidos pela comunidade – cerca de R$ 320 de acordo com a Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap).

Em Florianópolis, por mês, são produzidos em média 12,3 mil toneladas de lixo comum, sendo que 48% dos resíduos são orgânicos.

Além de recolher o lixo comum, a Comcap realiza a coleta seletiva mensal de 700 toneladas de materiais recicláveis e é responsável por um projeto piloto de compostagem, feito no Bairro Itacorubi, na Capital, em parceria com a UFSC. O projeto piloto recebe, ainda, materiais de grandes produtores como o Sacolão, localizado em frente ao CentroSul. No total, são recolhidas cerca de 70 toneladas de lixo orgânico por mês.

A engenheira sanitarista da Comcap, Flávia Guimarães Orofino, destaca que é importante que as pessoas se conscientizem e comecem a fazer a separação do lixo na sua origem. Embora a Comcap não receba pequenas quantidades de resíduos no projeto piloto, ela sugere às famílias interessadas que levem seu lixo orgânico ao Parque do Córrego Grande, onde o projeto Família Casca realiza um trabalho de compostagem em pequena escala.

sábado, 22 de maio de 2010

A natureza ainda se impõe


Pôr-do-sol em Canasvieiras, 20/05/2010.
Clique na imagem para ampliar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Povo limpo, cidade limpa

Amigos!
Sou gaúcho de Porto alegre, tenho amigos em Canasvieiras. No final de semana passado, depois do almoço, queríamos passear, e pra minha admiração não se tinha nenhum lazer, nenhuma praça, nenhuma cafeteria, nenhuma loja. Canasvieiras... cidade fantasma, acabamos tendo que ir até a Lagoa da Conceição. Cafés... todos funcionando e sem lugar pra sentar, uma feira de artesanato na praça central... muitas pessoas indo e vindo, não se achava vaga pra estacionar, as lojas todas funcionando, uma maravilha. E Canasvieiras?

Voltamos à noite e fomos caminhar em CANASVIEIRAS... mais uma decepção, somente uma loja de revistas e uma sorveteria.... e muitas pessoas nas esquinas, grupinhos de suspeitos, sabe-se lá o que estariam fazendo e ao mesmo tempo nos causando dúvidas ao passar por eles. E o LIXO?... as lixeiras vazias, e sacos de lixo no chão, agora mudei um pouco de opinião a respeito do descaso das autoridades, os moradores também tem que ter bom senso e depositar o lixo no seu devido lugar. Canasvieiras... Canasvieiras... Help!

Paulo Garay

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Saneamento

Saiu na coluna do Rafael Martini, na edição de hoje (19/5) do Diário Catarinense, página 3:


SANEAMENTO

Já está nos gabinetes da prefeitura o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de Florianópolis. O documento foi encomendado junto a uma consultoria e traz dados preocupantes. Durante a temporada de verão, por exemplo, apenas 29,06% da população da Capital (residentes e turistas) é atendida pelo sistema de tratamento de esgoto. A estrutura, segundo o estudo, é deficiente, com cadastro desatualizado, déficit na coleta e estações de tratamento que não atendem aos padrões, além do mau cheiro.

O promotor de Justiça Rui Arno Richter, da Coordenadoria de Meio Ambiente de Florianópolis, diz que tão logo tenha acesso ao documento, pretende convidar os envolvidos (prefeitura e Casan) a assumirem suas responsabilidades pelas péssimas condições do sistema de tratamento na Capital. O presidente da Casan, Walmor de Luca, por meio de sua assessoria, diz que é leviandade afirmar que SC possui a segunda pior estrutura de saneamento do país, conforme reportagem publicada no Diário Catarinense, na última semana.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Flagrantes da vida real em Canasvieiras

Fotos do esgoto na praia na Rua Dr. José Bahia Bittencourt e no Canto das Pedras.




quinta-feira, 13 de maio de 2010

Reportagem do Diário Catarinense revela dados do saneamento básico de Florianópolis


Florianópolis cai no ranking do esgoto
ONG aponta que de 56%, em 2007, tratamento caiu para 40%, em 2008

Mais uma pesquisa aponta que a Capital catarinense está mal quando assunto é a coleta e o tratamento de esgoto. O estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, em 81 cidades brasileiras, aponta que Florianópolis está na 30ª posição no ranking de saneamento do país.

O panorama é ainda mais preocupante se comparado ao diagnóstico apresentado pela Associação FloripAmanhã. O estudo aponta que quase metade dos efluentes despejados no mar, rios e no solo está fora dos padrões legais.

Apesar de não constar na lista das 10 piores cidades, nem entre as 10 melhores, a pesquisa do Instituto Trata Brasil indica que em Florianópolis houve redução no tratamento de esgoto. Em dados divulgados em 2007, a Capital declarou tratar 56% do esgoto. Em 2008, apenas 40%.

Leia a reportagem inteira em:

domingo, 9 de maio de 2010

Canasvieiras, Florianópolis: um pouco sobre o Lugar.

Por Sidnei Niederle.
(Escrito em meados de 2005)

Canasvieiras, nas últimas décadas festejada pela sua pujante atividade turística e extraordinária beleza, ocupa papel de destaque na história de Florianópolis e do Estado de Santa Catarina, desde os tempos das grandes descobertas marítimas.
Depois da chegada dos portugueses à Bahia e formalmente anunciada a “descoberta” do Brasil, em 1500, passaram-se 15 anos até que a Ilha hoje denominada Santa Catarina fosse alcançada. Em 1515, o navegante Espanhol João Dias de Solís, em viagem pelo sul do Brasil, desembarcou aqui. Na época a ilha era chamada pelos habitantes nativos, o Povo Carijó, de Yjuriré-mirim (Vocábulo Guaraní que significa: “boca pequena d’água”). Existem registros ainda da passagem de outros navegantes espanhóis pela ilha em anos próximos, como Sebastião Caboto, em 1525; Diego Garcia, em 1527; e Álvaro Núñez Cabeça de Vaca, em 1540.
Ao que indica, e como sugere Virgílio Várzea em sua célebre obra, Canasvieiras foi visitada pela maioria dos navegantes que rumavam para o Prata, bem como outros destinos destes “mares do sul”. Isso por conta da calmaria de suas águas, protegidas numa enseada.
Somente em fins do século XVIII, porém, é que Canasvieiras passa a ganhar maior importância, servindo de caminho para o Forte São José da Ponta Grossa e passando suas terras e serem cultivadas. Com o intenso crescimento populacional das primeiras Freguesias da Ilha, a partir da chegada dos Açorianos entre 1748 e 1756, foram surgindo novos povoados, que logo depois se tornavam também freguesias.
Por conta dos conflitos entre Espanha e Portugal pelas terras do Prata, a Ilha de Santa Catarina é invadida pelos espanhóis em 1777. Sob comando do General D. Pedro Zeballos, 10.000 homens desembarcaram em Canasvieiras, entre os dias 23 e 24 de fevereiro daquele ano. Nas palavras de Virgilio Várzea:

“No dia 23 para 24, Zeballos saltou em Canasvieiras com toda a força de desembarque, sem que nenhum dos fortes da barra do norte o hostilizasse, indo se lhe entregar nesse mesmo dia o tenente José Henriques, comandante da fortaleza da Ponta Grossa. Em seguida, os comandantes dos fortes de Santa Cruz e Ratones os abandonaram, sem dar um tiro. E assim, a 25, os espanhóis ocupavam todas as fortificações, intimando o governador a render-se com toda a guarnição” (Várzea, Virgílio. 1985. Santa Catarina – A Ilha).

Por volta de 1780, Canasvieiras era o principal núcleo do cultivo do linho cânhamo em toda ilha de Santa Catarina. No ano de 1830 começou a ser edificada a Igreja de São Francisco de Paula, uma das mais antigas de Florianópolis, hoje tombada como patrimônio histórico municipal e estadual. Neste momento já estava formado o núcleo populacional que seria elevado à condição de Distrito em 1835 (pela Lei Provincial nº 08, como pode ser consultado no arquivo público municipal). Desmembrado da Freguesia de Nossa Senhora das Necessidades e Santo Antonio, o novo Distrito foi denominado São Francisco de Paula das Canavieiras.
Em 1843 a localidade foi elevada à condição de freguesia e é por isso uma das seis mais antigas da Ilha de Santa Catarina.
Na produção agrícola local destacavam-se, até meados do século XX, as plantações de cana-de-açúcar, mandioca, café, cebola, algodão, feijão, milho, bem como outras culturas para subsistência, além da pecuária de animais de carga, leite e carne (também para subsistência). A pesca sempre foi farta tanto no mar quanto nos Rios Papaquara, Brás e Ratones, estes significativamente importantes no desenvolvimento da pitoresca freguesia.
No Rio Papaquara havia um pequeno porto – próximo de onde fica hoje a antiga ponte da Rua do Lamim que fazia a ligação desta com a Rua das Goiabas - que até o início do século XX garantia a venda dos excedentes locais. Isso porque a navegação pelo Rio com destino ao centro da capital, encurtava o caminho e evitava a travessia por longo trecho de mar, no contorno da Ponta Grossa.
De modo geral, porém, a condição de vida da população local nunca foi das melhores. A distância do centro impunha grande carência no que se refere a serviços públicos, de saúde e educação. Isso além da dificuldade de fazer chegar os excedentes da produção pesqueira e agrícola até os centros de comercialização.
Estas dificuldades fizeram desenvolver-se coisas curiosas, ainda muito presentes na vida cotidiana de Canasvieiras. Uma refere-se à Rua do Lamim, ou ao Canto do Lamim. Como dinheiro oficial era coisa muito rara, desenvolveu-se na região a necessidade de trocar produtos que sobravam por outros que faltavam (economia de subsistência). Estabeleceu-se, dessa forma, um sistema de escambo, onde a unidade de medida mais comum era o Selamim. Como a maior parte das trocas ocorriam na região próxima á Estrada Velha (hoje Rodovia Virgílio Várzea), a Rua que liga Canasvieiras a Jurerê passou a ser chamada de Lamim, uma variante popular (e da forma ligeira de falar) do Selamim.
Outra questão diz respeito à forma como a população local trata a política. Acostumados a serem visitados por políticos somente em épocas de eleição – onde no dia de votação os cabos eleitorais (ou eleitoreiros) locais organizavam grandes churrascadas, de graça, e distribuíam pares de sapato e tecido para atrair os eleitores – os moradores ajudavam (e ajudam) a eleger administradores públicos pouco comprometidos com as questões da região.

A descoberta do Turismo e o rápido progresso

Na década de 1950 Canasvieiras já era visitada por turistas. Moradores do centro da Ilha também começaram a construir suas casas de praia em Canasvieiras. Mas foi somente por volta da década de 1970 que se intensifica a visitação e começa a aumentar consideravelmente a população local.
Neste período tem início a formação de uma rede de serviços, como hotéis, bares e restaurantes. Além disso, com fundamental importância para o desenvolvimento local, tem-se a construção (e pavimentação) da estrada de acesso, hoje SC401, facilitando e estimulando a visitação. Este foi o período das grandes obras do Regime Autoritário-Militar, que além de trazer estrada realizou a construção de um grande canal, para tornar seca grande área de terras alagadiças, deixando reto o Rio Papaquara, que até então contorcia-se como serpente desde o morro da Vargem do Bom Jesus, onde fica a sua nascente (hoje escondida sob um parque aquático), até encontrar-se com o Ratones.
Nas décadas de 1980 e 1990 ocorre a verdadeira explosão da atividade turística na região, crescendo consideravelmente a população local e formando-se, em um curto período de menos de 30 anos um dos mais bem estruturados balneários turísticos do litoral catarinense.
Recebendo, sobretudo, turistas Argentinos, Canasvieiras é costumeiramente chamada de “Praia dos Argentinos”. Com a crise do país vizinho na década de 1990, porém, o balneário passou a enfrentar problemas de desemprego e mudança, ano após ano, do perfil dos turistas dentre outras dificuldades muito sentidas pelo empresariado local. Estes entraram no novo século buscando formas de superar a crise, iniciando um duro processo de reestruturação e mudança na forma de tratar o turismo, organizando-se para viabilizar projetos como o alargamento da faixa de areia e a construção de um centro de convenções, para diminuir os efeitos danoso da atividade sazonal e atrair um novo perfil de visitantes. Há o planejamento para a execução de um conjunto de obras de infra-estrutura para atender à área balneária (próxima da praia), bem como na entrada do bairro.
Embora Canasvieiras continue sendo um dos mais acessíveis e badalados balneários do litoral catarinense e do Norte da Ilha de Santa Catarina, o intenso desenvolvimento urbano e crescimento populacional que experimentou nas últimas décadas trouxe inúmeros problemas, onde se pode destacar a ainda deficitária infra-estrutura pública (escolas, creches, atendimento de saúde), aumento da criminalidade e o agravamento da problemática ambiental, onde o Rio Papaquara é especialmente afetado, tornando-se um dos maiores receptores de esgotamento sanitário local, na sua maior parte esgotos in-natura que chegam por ligações clandestinas na rede de captação pluvial das ruas próximas.
Recentemente foi lançado pelo Governo do Estado o projeto Sapiens Parque. Fica em Canasvieiras a maior área pública, de propriedade do Estado, dentro de Santa Catarina. O Sapiens, que deve ficar pronto em 20 anos, deverá reunir um complexo de atividades ligadas ao turismo, serviços e desenvolvimento de tecnologia.
As manifestações da cultura local estão guardadas na memória dos moradores mais antigos do lugar. Hoje, o Boi-de-mamão brinca pouco e quase sempre tem que ser pago; as cantorias de Terno de Reis já não acontecem mais; a pesca de arrasto ainda acontece, mas já não garante o sustento dos Pescadores, muitos deles funcionários públicos ou pequenos comerciantes locais.
Canasvieiras mudou muito nas últimas décadas e ainda busca construir, se isso é possível, uma nova identidade.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Violência assustadora, por Thiago Carriço de Oliveira*

Artigo publicado na página 10 do Diário Catarinense de 5/5/2010

Esta semana completa um mês do assassinato de Ledo Ronchi, empresário, surfista e pai de dois jovens inteligentes que conquistam todo o espaço sem usar qualquer tipo de droga. Seus filhos são mais um exemplo de que o binômio surfista-maconheiro há muito já desapareceu. Alguns fatores contribuíram para o crime que vitimou Ledo.

O último suspeito a ser preso, conforme noticiou o DC, foi encontrado na manhã do dia 3 de maio com 30 quilos de maconha. Mas 30 quilos para vender a quem?

Mesmo assim, muitos ainda não acreditam que o uso das drogas seja responsável pela violência. Da mesma forma, não acreditam que a maior parte dos assassinos tem armas por causa do tráfico de drogas, e que “trafica” porque ainda existe gente que financia o nefando comércio de drogas.

Esquecem – ou ainda não perceberam – que, no comércio de entorpecentes, o empréstimo bancário se chama “assalto”, a concorrência chama-se “assassinato”, o cliente chama-se “usuário” e o produto se chama “maconha”, “cocaína”, e não só crack.

Mas, de fato, não são apenas as drogas que tiram nossa paz. Assim como as drogas, o que nos ameaça é a falta de sensibilidade e vontade política, por parte do governo do Estado de Santa Catarina, para a construção de centros de internação de adolescentes, mas que sejam estabelecimentos que cumpram suas finalidades, em que a fuga não seja rotina, a falta de higiene não seja a pólvora da revolta e onde a existência de um projeto pedagógico de recuperação seja o mínimo de alento aos que ainda preservam alguma esperança.

Esperança dos que viveram em Florianópolis nos anos 1980, esperança dos que desejam ter filhos, e esperança dos que, diariamente, sofrem por causa da violência.

A morte de Ledo Ronchi foi uma tragédia. Esperamos que chame a atenção de alguns responsáveis.

* PROMOTOR DE JUSTIÇA, MESTRE EM CIÊNCIA JURÍDICA

terça-feira, 4 de maio de 2010

População desprotegida e insegurança latente

Andando pelas ruas dos bairros do norte da ilha de Santa Catarina, nos deparamos com um cenário de insegurança latente. A região onde até poucos anos atrás se podia dormir sem fechar as portas de casa, hoje vive uma situação bem diferente, com muros cada vez mais altos, cercas elétricas se disseminando e, não menos ruim, polícia ausente.

Como explicar a realidade que se vive ali, com relação à insegurança? É pertinente falar em pelo menos dois aspectos: um relacionado à questão social local, que tem a ver com a própria desagregação social; e finalmente a ausência de ações efetivas do poder público na região.

A questão social implica em reconhecer que ao longo das últimas três décadas houve em todo o norte da ilha uma intensa ocupação, principalmente por migrantes, sem o devido planejamento por parte da prefeitura. Isso levou a uma situação de desagregação social grave, com formação de bolsões de pobreza e grande exclusão social. Como corrigir uma situação já constituída e que mesmo num momento em que já se tem consciência da situação continua a piorar?

O aspecto da desagregação social está diretamente relacionado ao exposto. É nesses bolsões de pobreza que está mais forte o tráfico de drogas, a violência, o desemprego e um conjunto de “desproteções” sociais preocupantes. Tende a estar nestas áreas, também, grave problema ambiental, como esgotos a céu aberto e construções irregulares do ponto de vista do plano diretor da cidade.

O segundo aspecto, a “timidez” em termos de ação pública no norte da ilha, faz com que fique o caminho livre para as coisas piorarem. Se não há fiscalização nas áreas de proteção ambiental, as construções irregulares aumentam. Se não há política de estimulo à economia local, o desemprego aumenta e com isso a pobreza. Se não se cuida da educação, as escolas ou não dão conta da demanda ou atendem mal. Se não tem polícia presente, a criminalidade avança.

Esse último ponto merece urgência neste momento e não se justifica esquecer disso. Aumentar policiamento ou ao menos tornar mais eficiente o trabalho da polícia é o mínimo que se possa fazer no norte da ilha. A escalada da violência na região tem disseminado o sentimento de medo e insegurança. Isso é grave o bastante para exigir medidas emergenciais. Não dá mais para correr atrás do prejuízo. Há que se antecipar aos fatos.

Sidnei Luiz Niederle

domingo, 2 de maio de 2010

Terrenos baldios

CARTA QUE O MOVIMENTO "SOS CANASVIEIRAS" PROTOCOLOU NO DIA 26 de abril de 2010 AOS DIVERSOS ÓRGÃOS COMPETENTES DO MUNICÍPIO.

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Aos órgãos competentes,

Nós, moradores e trabalhadores dos mais diversos ramos do bairro de Canasvieiras vimos por meio desta solicitar providências urgentes para os graves problemas gerados pelo grande número de terrenos baldios que acumulam lixo, ratos, caramujos e principalmente focos do mosquito da dengue.

Inúmeros terrenos do nosso bairro encontram-se no mais completo abandono, sem muros, calçamento, com lixo acumulado e vegetação alta sem nenhuma conservação, tornando-se verdadeiras armadilhas para nossas crianças e familiares.

Saudamos as visitas dos agentes da vigilância sanitária em nossas residências para a verificação de possíveis focos da dengue, mas essas ações tornam-se inócuas em virtude da falta de providências tomadas em relação as “bombas relógio” que tornaram-se os terrenos abandonados do bairro. Em tempos de escassez de recursos consideramos um desperdício (financeiro e humano) todo o envolvimento dos órgãos públicos e da população no controle e na conscietização dos moradores devido ao descaso e a falta de comprometimento dos proprietários de terrenos que certos da omissão do estado e consequentemente certos da impunidade nada fazem e colocam toda a comunidade a mercê de doenças e epidemias.

É inadiável a tomada de providências firmes por parte dos órgãos competentes, sendo que a sua omissão nos obrigará a recorrermos a outras instâncias da administração pública para que tenhamos ações que produzam resultados concretos e que atendam aos anseios dos moradores que atualmente encontram-se extremamente preocupados e acuados pelo crescente acúmulo de problemas que assolam Canasvieiras.

Sem mais para o momento protocolamos oficialmente nossas reinvidicações e aguardamos ansiosos pelas iniciativas públicas para sanarmos os problemas levantados pela comunidade e desde já colocamo-nos inteiramente à disposição para que juntos consigamos melhorar a qualidade de vida do bairro.

Atenciosamente,

Movimento SOS Canas - soscanas@yahoo.com.br

Florianópolis, 26 de Abril de 2010

Recebido por: ________________________________________

Orgão: _____________________________________________

Protocolo: __________________________________________

Data: ____ / _____/2010

sábado, 1 de maio de 2010

Programa Cidade Saudável - 28.04.2009

"A Prefeitura de Florianópolis lançou hoje (28/4) o “Programa Cidade Saudável”. A ação desenvolvida pela Secretária de Habitação e Saneamento Ambiental vai fiscalizar as ligações clandestinas de esgoto e melhorar a balneabilidade nas praias da Capital. O programa também teve o apoio da Companhia de Águas e Saneamento (Casan) e Vigilância Sanitária do Município.Estão estimados mais de R$ 600 mil, garantidos pelo Fundo Municipal de Saneamento, para executar o programa..“Isso é parte de um plano denominado. ”Cidade Saudável” que inclui fiscalização, aceleração de obras de saneamento e um planejamento a curto e médio prazo. Nossa meta até o final do mandato é ampliar para 75% a rede de esgoto, comentou o secretário da Habitação e Saneamento Ambiental”, Átila Rocha. Segundo ele, o balneário de Ingleses, o bairro de Itacorubi e o Maciço do Morro da Cruz serão atendidos a curto prazo. O prefeito de Florianópolis, Dário Berger lembrou que o saneamento básico é uma preocupação desde seu primeiro mandato. Diversas ações já foram realizadas e como exemplo ele falou sobre a conclusão do sistema de esgoto de Ingleses. Agora, o próximo passo para solucionar totalmente sistema de saneamento básico na região é a implantação do emissário que vai levar para o mar o esgoto já tratado.Para melhorar a qualidade das águas nas praias, o prefeito pede a compreensão e o bom senso dos moradores. “A despoluição do rio Capivari só será possível se a comunidade terminar com as ligações clandestinas. Estamos em um processo de consciência ambiental e isso depende da vontade da população e da integração dos órgãos ambientais”, comentou. Dário ressaltou que a prefeitura vai vistoriar cerca de 40 mil residências em um ano para garantir a balneabilidade nas praias de Florianópolis. A água contaminada pode causar doenças de pele, gastrointerite e verminoses ou patologias mais graves como a hepatite, cólera e febre tifóide."

Fonte: http://www.pmf.sc.gov.br/portal/noticias/comunicacao/index.php?acao=destaque&id_noticia=130#